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Cada vez mais sozinho: todo mundo está pulando fora do barco de Biden

Uma pesquisa estarrecedora mostra que 75% dos democratas não querem saber dele como candidato à reeleição - e rivais no Partido Democrata mobilizam a tropa

Por Vilma Gryzinski 28 jul 2022, 07h45

Daria pena de Joe Biden se tantos dos problemas enfrentados pelos Estados Unidos não levassem sua assinatura. Aos 79 anos, saindo de uma Covid e cheio de “crises que não esperávamos”, na ingênua definição de sua mulher, Jill – como se ser presidente da maior potência do planeta não implicasse exatamente em resolver pepinos inesperados – , ele está numa derrocada só.

Com os preços subindo, o Fed tardiamente despertado para o problema (segundo aumento de 0,75% na taxa de juros, o que detona os países menos privilegiados, inclusive o nosso, mas está longe de resolver o problema deles) e a perspectiva da recessão rondando, o presidente perde apoio de seu eleitorado tradicional. 

Por enquanto, ele ainda tem a aprovação dos eleitores democratas em matéria de política econômica – 58% (somando as outras tendências, a aprovação total dá pálidos 30%). 

Mas nada menos que 75% desses eleitores não querem que ele se candidate à reeleição em 2024. Na faixa dos jovens abaixo de 30 anos, a rejeição chega a 94%.

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É como seu eleitorado estivesse dizendo: vamos continuar do seu lado até o fim do mandato, pelo menos se as coisas não piorarem muito, mas depois, bye, bye.

A perspectiva de uma nova candidatura Biden, e de uma derrocada nas urnas, também está assustando a mídia que tradicionalmente apoia o Partido Democrata.

As reportagens focadas no peso da idade do presidente já viraram lugar comum em jornais e canais de televisão que o apoiaram tanto, tendo como objetivo máximo impedir a reeleição de Donald Trump. New York Times, Washington Post, CNBC, todos já ensaiaram pular fora do barco de Biden.

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O historiador Tevi Troy escreveu no Washington Times que a onda de reportagens questionando “a liderança, a idade e a capacidade cognitiva” de Biden alimenta uma espécie de “primária das sombras”: políticos democratas que já estão medindo forças – e doações – para montar uma campanha presidencial.

O nome mais óbvio é o da vice-presidente Kamala Harris. A ex-promotora e ex-senadora, com tantos pontos positivos a favor, inclusive os 57 anos, a beleza e o sorriso carismático, revelou-se um fiasco no cargo. Tem 39% de aprovação, contra 53% de opiniões desfavoráveis, uma tristeza. 

Isso não a impede de sondar as águas. Teve encontros recentes com duas multimilionárias simpatizantes do Partido Democrata, Vanessa Getty, da família de legendária fortuna, e Laurene Powell Jobs, viúva do criador da Apple.

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Kamala não pode romper com Biden e assumir uma candidatura rival, sob a pena de parecer uma traidora, mas pode contar com a possibilidade de que o presidente seja dissuadido de tentar a reeleição.

Outro aspirante é o governador da Califórnia, Gavin Newson, que tem a força do maior estado americano, estampa de candidato presidencial de filme de Hollywood e impecáveis credenciais progressistas.

Em New Hampshire, um estado pequeno que se torna importante politicamente quando começa o ciclo das eleições primárias, o secretário dos Transportes, Pete Buttigieg, hoje teria mais votos do que Biden.

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Imaginem o que é ser superado por seu próprio secretário dos Transportes, um ministério não exatamente decisivo.

Alguns analistas, desanimados com a perspectiva de um novo embate entre os quase octogenários Biden e Trump, chegam a sonhar com uma disputa entre Newson e Ron DeSantis, o governador da Flórida, pela pureza ideológica de cada um deles, em seus respectivos campos, e também pela renovação que trariam. 

DeSantis tem apenas 43 anos e pode esperar para tentar a presidência mais adiante, mas está vendo os números que o favorecem. Embora Trump continue o amplo favorito das bases republicanas, pesquisas recentes, como uma no estado de Michigan, o colocam quase empatado com o ex-presidente: 45% a 42%.

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Trump também está enfrentando, à sua maneira, o mesmo fenômeno que Biden: a perda de apoio entre colunas que pareciam inabaláveis, como a Fox News e o jornal New York Post – não por acaso, ambos pertencentes a Rupert Murdoch.

Um recente editorial do Post foi arrasador: disse que ficou demonstrado que Trump “não ergueu um dedo para acabar com a violência” na invasão do Capitólio em 6 de janeiro do ano passado.

“Cabe ao Departamento da Justiça decidir se foi um crime. Mas por questão de princípio, por questão de caráter, Trump demonstrou que não é digno de ser chefe do Executivo desse país de novo”.

Imaginem um país em que os dois candidatos mais prováveis à presidência são rejeitados por uma parcela do eleitorado…

Os Estados Unidos ainda não chegaram ao “nem Biden, nem Trump”, mas estão chegando perto.

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