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Biden fez o ‘L’ e levou desaforos

Política externa de Lula ofende americanos e repete erro grave

Por Vilma Gryzinski 1 abr 2023, 08h00

Paciência estratégica é um conceito da política externa americana aplicado a países que podem criar encrencas bravas, tipo a Coreia do Norte. Define uma espécie de estoicismo que a potência global hegemônica pode se dar ao luxo de ter para não provocar problemas maiores. Será que o Brasil sob o governo atual está fazendo um bom negócio ao se candidatar a um lugar nessa lista de encrenqueiros? A sequência de agressões aos Estados Unidos começou a engordar antes da eleição e posse de Lula, com declarações inacreditáveis daquela estirpe que, como sempre aparece coisa pior depois, tendem a ser esquecidas. Vamos lembrar algumas delas, ditas numa entrevista à Time em 2022. Sobre Joe Biden, que na mesma época havia man­da­do o diretor da CIA, William Burns, avisar a cúpula militar do governo anterior que os resultados eleitorais deveriam ser acatados (e ninguém da esquerda reclamou que era uma ingerência na soberania nacional), disse o então candidato: “O Biden poderia ter pegado um avião e descido em Moscou para conversar com o Putin. É esta atitude que se espera de um líder. Que ele tenha interferência para que as coisas não aconteçam de forma atabalhoada. E eu acho que ele não fez”. Os EUA também foram acusados de incitar Zelensky, o presidente ucraniano, enquanto o criminoso de guerra Vladimir Putin, pobrezinho, sofria bullying. “As pessoas estão estimulando o ódio contra Putin. Você fica estimulando o cara (Zelensky) e ele fica se achando o máximo. Fica se achando o rei da cocada”. Parece o Tucker Carlson, a besta-fera da direita na Fox.

“Celso Amorim, o mentor dos ‘hezbolás’ do Itamaraty, chegou a dizer que o Irã é aliado do Brasil”

É mais grave a acusação de que a Lava-­Jato “fazia parte de uma mancomunação entre o Ministério Público brasileiro, a Polícia Federal brasileira e a Justiça americana, o Departamento de Justiça”. Fora a confusão mental entre o Poder Judiciário e um ministério de governo, tem ainda a acusação de conduta criminal por parte dos EUA “por­que as empresas de construção civil brasileiras estavam ocupando lugar em todo o mundo”. A tese alucinógena não é nova, mas ganha peso dita por um presidente em exercício. Também teve um peso decisivo a recusa a um pedido transmitido pela embaixadora americana, Elizabeth Bagley, sobre os dois navios de guerra iranianos que atracaram no Rio. Celso Amorim, o mentor da política externa de afrontamento propugnada há décadas pelos “hezbolás” do Itamaraty, chegou a dizer que o Irã é aliado do Brasil. Única concessão: que a manobra não coincidisse com a viagem a Washington, onde Biden, cheio de paciência estratégica, continuou fazendo o L. E o acordo cogitado que põe o Brasil diretamente na esfera de influência da China?

Nesse ritmo, a atual administração se aproxima do momento de maior estranhamento entre Brasil e Estados Unidos, em 1977, quando o presidente Ernesto Geisel rompeu um acordo de fornecimento de material bélico americano. Motivo: a pressão do presidente Jimmy Carter, hoje com 98 anos, em tratamento paliativo para câncer no cérebro, em favor dos direitos humanos no Brasil. Na época, a política externa era chamada de “terceiro-mundista”. O que poderia dar errado em retomar uma coisa dessas?

Publicado em VEJA de 5 de abril de 2023, edição nº 2835

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