Flip 2015 terá Beatriz Sarlo e Roberto Saviano
A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que acontece entre 1º e 5 de julho, com homenagem ao escritor Mário de Andrade, terá 39 autores convidados em 23 mesas, entre eles a ensaísta argentina Beatriz Sarlo e o italiano Roberto Saviano. A programação completa do evento foi divulgada nesta terça-feira, em coletiva de imprensa em São Paulo e […]
A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que acontece entre 1º e 5 de julho, com homenagem ao escritor Mário de Andrade, terá 39 autores convidados em 23 mesas, entre eles a ensaísta argentina Beatriz Sarlo e o italiano Roberto Saviano. A programação completa do evento foi divulgada nesta terça-feira, em coletiva de imprensa em São Paulo e no site da Flip, que volta a ter curadoria do jornalista Paulo Werneck.
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Beatriz Sarlo é uma referência do pensamento crítico argentino. Ao lado de Carlos Altamirano, fundou a revista Punto de Vista, em que publicava ensaios sobre literatura e cultura. Ela vai abrir o evento com a sessão “As Margens de Mário”, em que as cidades de Buenos Aires e do Rio de Janeiro, além da questão do erotismo, vão servir de guia para compreender o papel contemporâneo do homenageado da festa. Beatriz Sarlo participa de outra mesa no terceiro dia do evento, sobre a obra O Turista Aprendiz, de Andrade, publicada postumamente em 1976 e considerada um dos seus títulos mais populares.
Jurado de morte por seu trabalho jornalístico em Gomorra, livro em que narra a sua experiência com a máfia e o narcotráfico na Itália e que já vendeu mais de 10 milhões de exemplares, o autor e jornalista italiano Roberto Saviano chegou a viver recluso, em endereço desconhecido e com forte esquema de segurança policial para se esquivar das ameaças dos mafiosos, devido às denúncias feitas em 2006. Apesar disso, ele não se aquietou e em 2013 lançou outro título, o ZeroZeroZero, em que relata como a cocaína conecta as principais praças comerciais do mundo e impõe suas regras nas relações sociais. Ele faz uma análise do surgimento dos cartéis colombianos, da formação das rotas mexicanas e até mesmo um detalhamento da posição do Brasil nesse esquema.
Outros convidados que merecem destaque são o irlandês Colm Tóibín, que já esteve na edição de 2004 e retorna para uma conversa com o público. O autor de seis romances, entre eles Brooklyn, A Luz do Farol e Mães e Filhos, foi premiado com o Costa Book Award e o Los Angeles Times Book Prize. Já Ngugi wa Thiong’o, queniano cotado ao Nobel e inédito no país, é escritor, professor e ativista político. Ele aproveita a ocasião para lançar o seu livro de memórias Sonhos em Tempo de Guerra, publicado pela Biblioteca Azul, da Globo, assim como o australiano Richard Flanagan, que lançará O Caminho Estreito para os Confins do Norte, romance pelo qual recebeu o Man Booker Prize 2014.
O teatro também será abarcado em uma mesa com David Hare, influente dramaturgo e comentarista político que desde 1968 analisa em suas peças os detalhes e destinos políticos da sociedade britânica. Hare foi indicado ao Oscar de melhor roteiro adaptado com os longas O Leitor (2008) e As Horas (2002). Ainda, o economista Eduardo Giannetti vai conversar com o neurocientista Sidarta Ribeiro sobre o cérebro, a mente, “as poucas certezas” e “as muitas ilusões da alma”.
A Flip deste ano promete uma variedade dos temas, entre eles o sexo e o erotismo na literatura, ciência, representações literárias da família e da vida afetiva, além de literatura de viagem, música, arquitetura, políticas culturais e os rumos da sociedade brasileira. Esta 13ª edição da festa vai manter a gratuidade no show de abertura e nos telões externos, mas ainda não foi anunciado o artista que vai fazer a apresentação.