Quem conhece o presidente Jair Bolsonaro e seus filhos acredita que dificilmente o ex-presidente Michel Temer será o pacificador da próxima crise internacional, algo corriqueiro no atual governo.
Desde o primeiro momento, Temer aproveitou o episódio para o seu projeto de promoção e isso já disseminou desconfiança no clã presidencial. Lá, como se sabe, a paranoia é elemento frequente em todas as análises.
Temer estava com o projeto de se abrir mais para a mídia, e construir uma volta à política. A ida a Brasilia no auge da crise política da semana passada e a solução epistolar encontrada por ele o levou a ser aplaudido em restaurante em São Paulo e dar várias entrevistas.
Além disso, como mostrou a coluna, resolveu aproveitar os 15 minutos de fama para soltar teasers e se apresentar como mais um postulante da tão falada terceira da via.
Outro problema é o vazamento das imagens de um jantar em que o filho do empresário Paulo Marinho imita Jair Bolsonaro. Marinho é o autor da denúncia de que Flávio Bolsonaro teria recebido informações privilegiadas da Operação Furna da Onça.
O fato é que Michel Temer, que quando buscava a presidência lançou o projeto “Ponte para o futuro”, pode ter agora queimado as pontes com Bolsonaro.