Os três perdedores da reforma ministerial de Bolsonaro
Porque o general Luiz Eduardo Ramos, Onyx Lorenzoni e Paulo Guedes devem se transformar nos maiores perdedores da nova dança das cadeiras na esplanada
Se confirmado o desenho da nova reforma ministerial, algumas avaliação políticas serão óbvias. O grande derrotado deverá ser o general Luiz Eduardo Ramos. O militar foi para a Casa Civil com pompas e antes era o articulador político direto do governo. Não foi nem um exímio articulador, por isso acabou na Casa Civil, mas também não fez o seu trabalho na organização da gestão Jair Bolsonaro.
Todas essas trocas provam que ele não foi aprovado nem pelo presidente, a quem o general presta uma vassalagem (para ser bem exato na palavra) completa. A ponto de na última “motossiata”, no Rio Grande do Sul, Ramos aparecer lá fazendo sinais de arminhas com as duas mãos.
Hoje, Ramos é um general da reserva. Mas quando entrou para a política era da ativa e um dos principais integrantes do Governo Bolsonaro. Ou seja, parte fundamental dessa contaminação das Forças Armadas entre órgãos de estado e de governo, já que o general era um importante quadro do Exército.
O segundo grande derrotado deverá ser o ministro Onyx Lorenzoni, que não pára em lugar nenhum do governo. Cada hora é colocado em um lugar diferente. Assim como Ramos, também foi ministro da Casa Civil, depois passou para ministro da Cidadania, para Secretaria-Geral da Presidência e agora, possivelmente, para o ministério do Emprego. Onde colocar Onyx Lorenzoni? Parece que Bolsonaro não sabe.
O terceiro e último derrotado poderá ser o ministro da Economia, Paulo Guedes, que sempre defendeu o enxugamento da Esplanada dos Ministérios. Colocou um bando (sem exagero) de pastas embaixo da sua asa, ou seja, sob seu comando, incluindo o do Trabalho. E agora deve-se criar o ministério do Emprego para o Onyx, tirando um naco importante e fundamental do Ministério da Economia.
Ao fim, a escolha de Bolsonaro pelo senador Ciro Nogueira na Casa Civil é a rendição total para o centrão. O presidente entregou as chaves do governo para o que dizia combater em sua campanha de 2018. De certa forma, é uma outra derrota, mas que será tratada por esta coluna em outra análise.