Os ministros do STF que o PT não perdoa
Ou… o que o partido pensa nos bastidores sobre Barroso, Fachin...
O PT não perdoa até hoje quem apoiou a Operação Lava Jato e criticou eventuais casos de corrupção do partido – incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal, como Luis Roberto Barroso, Luiz Edson Fachin e o presidente da Corte, Luiz Fux.
Integrantes da chamada ala legalista do Supremo, que defendem respostas rigorosas da Justiça – seja em casos de corrupção ou não -, esses ministros até hoje são mal falados internamente na legenda, a mesmo que os indicou para a corte.
Recentemente, contudo, um dos mais expoentes deste grupo, Luís Barroso, começou a fazer sinalizações contrárias.
Ao referendar novamente a operação, Barroso afirmou ano passado que os erros da Lava Jato se concentraram “em uma pessoa” – ou seja, Sergio Moro, hoje na corrida eleitoral contra Lula, mas considerado suspeito, com razão, pelo próprio Supremo nos casos envolvendo o ex-presidente.
Barroso não parou por aí. Como presidente do Tribunal Superior Eleitoral, já em 2022, afirmou que Dilma Rousseff não sofreu impeachment por conta das pedaladas, mas pela perda de apoio político.
“A justificativa formal foram as denominadas ‘pedaladas fiscais’ — violação de normas orçamentárias —, embora o motivo real tenha sido a perda de sustentação política”, disse. Obviamente que a frase foi comemorada por petistas.
Agora, recentemente, ao listar atos antidemocráticos de Jair Bolsonaro – político que mais se beneficiou com a operação -, o magistrado carioca disse: “Tudo isso eu acho que mais revela limitações cognitivas e baixa civilidade do que propriamente um risco real”.
Para mais de um interlocutor do PT ouvido pela coluna, Luis Roberto Barroso é considerado um “iluminista tardio” – por ter demorado a dar declarações que iam no sentido contrário à operação e as consequências políticas dela.
As sentenças contra Lula foram anuladas, o ex-presidente viu a Justiça ser feita em relação a ele – já que o próprio STF o livrou de condenações -, mas o PT continua na mesma amargura. A página não virou e tende a ser o foco da campanha em 2022.