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Os impactos da pandemia na Geração Z 

Teólogo Rodolfo Capler chama a atenção para os efeitos nocivos da pandemia na vida dos mais jovens e aponta maneiras de enfrentamento da crise

Por Rodolfo Capler
9 ago 2021, 08h33
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  • A pandemia da Covid-19 inaugurou uma nova era na história da humanidade. Em seu recente ensaio “Quando acaba o século XX”, a historiadora brasileira Lilian Moritz Schwarcz afirma que “ao deixar mais evidente o nosso lado humano e vulnerável, a pandemia da covid-19 marca o final do século XX”.

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    O novo século começa com uma pandemia global que tem disseminado morte, medo, pânico, instabilidade econômica, negação da ciência e polarização política. Por conta da Covid-19, milhões de brasileiros ficaram sem trabalho. A taxa de desemprego em 2020 chegou a 14,4%, contra 11,6% no mesmo período do ano anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Até o momento, mais de 201 milhões de pessoas foram infectados com o vírus e mais de mais de 4,27 milhões morreram no mundo. 

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    Para os jovens da Geração Z (nascidos entre 1995 a 2009) – que eram crianças na mesma época dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, e que cresceram com o impacto da crise econômica de 2008 -, a pandemia é um momento de transição no qual aumentam o clima de instabilidade, o medo do futuro e o agravamento da crise de saúde mental que vivenciam.

    Charles C. Mann, colaborador de “The Atlantic”, em junho de 2020 escreveu um artigo sob o título “Pandemics Leave Us Forever Altere” [Pandemias nos deixam alterados para sempre]. Refletindo o estudo do jovem economista Craig Garthwaite – que em 2008 descobriu que os idosos norte-americanos que nasceram durante a epidemia da Gripe Espanhola eram mais suscetíveis que seus pares a desenvolverem doenças como diabetes, distúrbios renais e doenças cardíacas – Mann, discorre sobre as alterações causadas nas gerações que enfrentaram pandemias ao longo da história. 

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    Segundo Mann, estudos diversos demonstraram que as crianças nascidas durante pandemias tornaram-se adultos mais baixos, mais pobres, com menos educação e com taxas mais altas de deficiência física do que seria de esperar. Provavelmente, nenhum dos bebês com gripe (investigados por Garthwaite), jamais soube da sombra que a pandemia lançou sobre suas vidas, mas eram provas vivas de uma verdade brutal: as pandemias – mesmo as esquecidas – têm efeitos colaterais poderosos e duradouros.

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    Como cada geração é moldada por experiências compartilhadas (música, heróis, vilões, tragédias, programas de TV…), a mais nova geração de jovens será profundamente afetada pela pandemia. Embora ninguém possa afirmar com segurança quais serão todos os efeitos negativos legados pela Covid-19, alguns de seus efeitos já podem ser sentidos. Entre eles, estão o aumento das taxas de suicídios, depressão e ansiedade e a incidência de overdose de drogas e mortes relacionadas, entre os jovens.

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    Aos adultos que lidam com a nova geração compete a decisão de enfrentar a realidade (não importa o quão dura pareça), e nunca perder a esperança de que venceremos essa crise no final. Não estou advogando que devamos negar a periculosidade da doença, como muitos estão fazendo, tampouco pintar um quadro piegas com linguagem otimista como “Tudo vai acabar até o próximo mês!”. Em vez disso, penso ser sábio utilizarmos uma linguagem esperançosa como “No final, encontraremos uma maneira de prosperar em nossa nova realidade e alcançar nosso potencial”. É dessa forma que devemos reagir à pandemia; sendo positivos e intencionais. 

    * Rodolfo Capler é pesquisador, teólogo e escritor

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