Ao comentar a política de preços da Petrobras e dizer que “não pode enriquecer o acionista [da estatal] e empobrecer a dona de casa”, o ex-presidente Lula acerta politicamente e erra economicamente.
Acerta porque, ao se expressar desta forma, ele aborda um tema de difícil compreensão, de forma fácil e popular.
Desta forma, parece estar preocupado com o gás da cozinha do pobre, ou a gasolina que não para de subir, aborrecendo a classe média dona de automóveis.
Mas economicamente, o petista está dizendo que vai subsidiar os combustíveis. Isso significa usar dinheiro do contribuinte. E mais: o maior acionista da Petrobras é o próprio Tesouro.
Ou seja, Lula tiraria dos cofres públicos para fazer a gasolina ficar mais barata, sendo que estamos falando de um combustível fóssil no meio de uma forte mudança climática.
Mas o que impressiona no ex-presidente é como ele consegue apresentar uma equação de fácil compreensão e que parece muito justa, sendo que é bem mais complicado do que isso.
A propósito, o presidente Jair Bolsonaro também tentou controlar os preços dos combustíveis e não conseguiu.
No caso do gás, o melhor é fazer um bom programa de subsídio aos pobres. As classes mais altas não acompanham quanto é o gás que sua cozinha consome, mostram estudos.
Uma boa lição, e que Lula já usou bem, segundo especialistas no assunto, é fazer um programa social focado nos pobres. É mais eficiente e mais barato.