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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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O que está por trás da violência contra o Datafolha

Bolsonaro estimula ataques à imprensa e institutos de pesquisa e seus seguidores seguem o figurino

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 set 2022, 20h09 - Publicado em 22 set 2022, 12h49

O caso do pesquisador do Datafolha espancado por um bolsonarista no interior de São Paulo é mais um reflexo daquilo que Jair Bolsonaro fez com a política e a sociedade brasileira.

Autorizado pelo contínuo discurso belicoso do presidente da República, o descontrolado bolsonarista Rafael Bianchini não só deu chutes e socos no funcionário do instituto, como incentivou o filho a agir da mesma forma, segundo apurou esta coluna.

Depois, por um milagre, esse mesmo filho – talvez por se ver cercado de vizinhos que passaram a ajudar o pesquisador do instituto – conteve o pai, que queria acertar o funcionário do Datafolha com uma peixeira. Isso mesmo, uma peixeira: a faca de cozinha que serve para cortar carnes, mandiocas e frios.

Tudo isso ocorreu porque, de acordo com a Folha, Rafael Bianchini exigia que também fosse entrevistado pelo Datafolha. “Só pega Lula, vagabundo”, dizia, segundo a reportagem.

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Jair Bolsonaro usa a Presidência há quase quatro anos para transformar em inimigos todos aqueles que não pensam como ele, um extremista de direita a favor da tortura e de outras violências da ditadura militar.

A retórica do presidente da República também tem estratégia.

Ao berrar da cadeira da Presidência contra órgãos de imprensa, institutos de pesquisa, partidos opositores ou outros poderes da República – apenas para dar alguns exemplos de alvos de Jair Bolsonaro –, o mandatário incentiva que seus seguidores façam o mesmo.

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Durante décadas, o país não soube conter a retórica violentíssima de Jair Bolsonaro. Era preciso puni-lo no rigor da lei, por exemplo, quando ele fazia apologia à tortura, defendia a guerra civil e a morte de 30 mil brasileiros, “o que a ditadura não fez”. Ou seja, o presidente queria a violência contra mais pessoas durante o regime.

Na sua ideia, inúmeros políticos, opositores e jornalistas nem estariam vivos hoje para confrontá-lo. Seria ainda mais fácil a construção do seu projeto de poder autoritário, este que ele tem, desde 2019, usado para esgarçar a democracia.

Bolsonaro gera, em casos de violência como este, contra um pesquisador do Datafolha, o que vem pregando há décadas. E o país colhe essas mazelas porque nunca encarou com o vigor necessário as declarações criminosas que ele fazia.

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