Ao liderar a “motosseata” que reuniu milhares de motociclistas, indo de São Paulo até a cidade de Jundiaí, o presidente Jair Bolsonaro feriu várias normas de trânsito. Por exemplo, escondeu a placa como um fora da lei fugindo das autoridades e usou capacete sem viseira.
Mas a lista de absurdos feitos pelo presidente no ato não termina por aí. Bolsonaro, ele mesmo, o presidente, não usou máscara, causou mais uma aglomeração e fez um ato de campanha (não é a primeira vez) fora da época eleitoral, como manda a lei.
O presidente também gastou recursos públicos federais no seu deslocamento Brasília-São Paulo, São Paulo-Jundiaí, Jundiaí-São Paulo e São Paulo-Brasília – seja na segurança ou em toda a estrutura que manteve. Ainda consumiu recursos do governo estadual, que teve de ajudar a garantir a segurança do evento.
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Não ficou claro quem pagou pelo trio elétrico no qual o presidente subiu para fazer seu comício de campanha, junto com os ministros Tarcisio Freitas, da Infraestrutura, e Ricardo Salles, do Meio Ambiente, entre outros. Vários deputados federais também aglomeraram no trio, entre eles Eduardo Bolsonaro.
Na hora de fazer o seu discurso para os seus seguidores, espalhou mentiras sobre a pandemia. Afirmou que há supernotificações de mortes por Covid-19 no Brasil, voltou a defender o tratamento precoce contra a doença e disse que, quando acometido pelo coronavírus, foi curado EM UM DIA usando a cloroquina.
Somados todos os atos do presidente no sábado, 12, chega-se a uma triste conclusão: temos um “presidente fora da lei”. Mas por que Bolsonaro desrespeita a liturgia do cargo, a legislação, normas de trânsito, normas de conduta e ordens das autoridades estaduais e municipais?
Primeiro, porque o presidente quer manter o país em permanente estado de conflito. Ele acredita que, assim, mantém mobilizada as suas bases radicais que podem levá-lo ao segundo turno da próxima eleição. O custo disso tudo nunca é levado em conta por Bolsonaro. Nem por outras instituições brasileiras. Lamentavelmente.