O deputado Sóstenes Cavalcante, aliado número um do “pastor” Silas Malafaia, acredita que “a esquerda brasileira e a igreja evangélica vivem um divórcio eterno”.
Errado, errado, ele não está, como o país já aprendeu.
O parlamentar não vê a mudança na liderança da bancada gospel da Câmara como um revés para o bolsonarismo e avalia que, enquanto não houver uma “correção de rumos nas questões ideológicas do PT, o divórcio não tem como se transformar em outro tipo de relação”.
É que, em um inferno astral sombrio, Jair Bolsonaro ficou inelegível, tem visto seus apoiadores no meio empresarial o abandonarem e agora pode testemunhar uma atuação moderada da bancada evangélica na Câmara.
Ou seja, é aquela velha máxima de que o que está ruim sempre pode ficar pior.
A liderança da bancada sairá das mãos de Eli Borges (PL-TO), ultraconservador, para as de Silas Câmara (Republicanos-AM), considerado até moderado demais para alguns líderes evangélicos não afeitos ao petismo.
“Eli é oposição ao governo, Silas é independente. O novo líder tem boa interlocução, políticas municipalistas muito fortes, mas, como presidente da frente, o comportamento dele vai ser representar os interesses dos evangélicos”, garantiu Sóstenes à coluna.
“Silas Câmara é tão firme quanto Eli Borges. Não vai abrir mão de aborto, não vai abrir mão da família tradicional, não vai abrir mão de nenhuma dessas pautas como a legalização de jogos”, explicou o parlamentar antes de finalizar a entrevista da seguinte forma…
“Às vezes, se confunde o papel da frente evangélica em pautas econômicas, por exemplo, e no que tange à nossa atividade-fim: a pauta de costumes. Nisso, nenhum presidente [do grupo] vai negociar com o PT. Eu tenho convicção disso. E é o que importa pra bancada, né?”
Sim, sempre pareceu que sim!
Mas, mesmo assim, a atuação de Silas Câmara será olhada com lupa pelo petismo e pelo bolsonarismo.