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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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O momento mais bonito da Olimpíada de Paris

Ou... a importância do pódio com mulheres negras na ginástica artística

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 ago 2024, 20h08 - Publicado em 5 ago 2024, 20h04
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  • O pódio do esperado solo na ginástica artística foi o momento mais bonito das Olimpíadas de Paris.

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    Acho difícil ser superado – e não só para o Brasil.

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    Três mulheres negras, duas delas norte-americanas reverenciando nossa rainha Rebeca Andrade, maior medalhista olímpica brasileira, em um pódio inédito. Nunca antes três mulheres negras ocuparam esse espaço simultaneamente.

    Sejamos sinceros: não por acaso! O racismo fez e ainda faz parte do esporte.

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    No caso da ginástica artística, defendia-se que negras não poderiam prática-lo. Justificavam com uma espécie de racismo científico, dizendo que os ossos das mulheres negras eram pesados demais.

    Pesado mesmo é o talento delas. “Eu celebro você, Brasil. Rebeca, você é uma luz. Estas são as mais belas fotos de espírito esportivo, respeito e amor”, resumiu Viola Davis, a atriz negra vencedora do Oscar.

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    Rebeca, Simone e Jordan Chiles – todas, sem exceção, tiveram infância e adolescência com dificuldades.

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    Biles parecia super feliz por Rebeca, que deu a mão às colegas na hora em que subiu no lugar mais alto do pódio. As três emanavam felicidade – Jordan chorava desde que pisou no terceiro lugar. Biles, maior de todos os tempos (por enquanto), era uma das duas que, de joelhos, cultuava Rebeca.

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    Minutos depois, a música “mas que nada” tocava no estádio enquanto a câmera focou na tatuagem “Still I Rise”, de Simone, dando um significado ainda maior para o momento. Título de um poema da escritora negra Maya Angelou, amiga de Martin Luther King e Malcom X, o texto é aclamado pelos movimentos de mulheres negras.

    No Brasil, tem sido usado nos últimos anos como bússola para a resistência.

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    Você pode me marcar na história
    Com suas mentiras amargas e distorcidas
    Você pode me esmagar na própria terra
    Mas ainda assim, como a poeira, eu vou me levantar

    Meu atrevimento te perturba?
    O que é que te entristece?
    É que eu ando como se tivesse poças de petróleo
    Bombeando na minha sala de estar.

    Assim como as luas e os sóis,
    Com a certeza das marés,
    Assim como a esperança brotando,
    Ainda assim, eu vou me levantar

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    […]

    Abandonando as noites de terror e medo
    Eu me levanto
    Para um amanhecer maravilhosamente claro
    Eu me levanto
    Trazendo as dádivas que meus ancestrais me deram
    Eu sou o sonho e a esperança dos escravos.
    Eu me levanto
    Eu me levanto
    Eu me levanto

    Nesses dias recebi aquela contestação triste e que se repete até hoje: “por que falar mulheres negras? Por que não escrever apenas mulheres?”.

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    Respondi assim: “Reconhecer o horror imposto ao povo negro brasileiro, que não recebeu reparação após a escravidão e até hoje sofre com assassinatos em massa, prisões injustas e perpetuação de desigualdades é o correto a fazer.

    Devemos muitos dos avanços às mulheres negras!

    Elas se levantaram mesmo. Ainda bem.

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