A situação de Jair Bolsonaro anda pior do que se tem noticiado. Para desespero do presidente, que vive criticando a forma como a imprensa cobre o seu governo, a “onda” ruim que ele tem enfrentado está mais para “maremoto”.
Com impopularidade crescente e vendo o ex-presidente Lula liderar todas as pesquisas, com a possibilidade de vencer no primeiro turno, Bolsonaro agora começa a ver uma debandada entre seus seguidores mais fiéis.
Nesta semana, o comandante da Força Aérea, brigadeiro Baptista Júnior, afirmou que os prestará continência a qualquer comandante supremo, inclusive a Lula, numa clara sinalização de que os militares também já se adaptaram ao cenário de derrota de Jair Bolsonaro.
O brigadeiro é considerado o mais bolsonarista dos comandantes militares, e fez um “meia volta volver”, como informou a coluna, para sinalizar inclusive à sociedade brasileira.
Nos últimos dias, outro movimento de um possível ex-escudeiro fiel começou a chamar a atenção em Brasília. O procurador-geral da República, Augusto Aras, quase sempre alinhado ao governo, começou a mudar de postura.
Nesta segunda-feira, 31, o PGR denunciou, por exemplo, o ministro da Educação de Bolsonaro, Milton Ribeiro, ao Supremo Tribunal Federal. A denúncia é pelo crime de homofobia, para irritar ainda mais o presidente machista.
Sabe-se agora também que Aras recomendou a manutenção da investigação contra Bolsonaro no inquérito que apura o vazamento de documentos sigilosos relacionado ao caso do ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral.
Essa é a investigação que tem gerado o novo embate entre o presidente e o ministro Alexandre de Moraes.
Como se não bastasse as notícias ruins, o general Braga Netto, cotado para ser vice em sua chapa (esta coluna ainda acredita que será um evangélico), viu ser veiculado que nem ele mesmo acredita na reeleição de Bolsonaro.
Não à toa, o presidente tem tentado novas táticas na internet, incluindo algumas furadas, e outras contra o PT e Lula para amedrontar militares. O ano eleitoral começou.