Praticamente réu confesso no caso da interferência política na Polícia Federal, ao pedir publicamente a troca de superintendentes e com suas declarações na fatídica reunião ministerial de abril de 2020, o presidente Jair Bolsonaro mostrou habilidade política para chegar de pé até aqui.
Quando o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro denunciou o caso, Bolsonaro estremeceu na cadeira presidencial, se agarrou ao centrão e chamou todos os ministros para uma coletiva histórica, com todos em pé, para mostrar que não havia um aliado sequer do ex-magistrado no governo.
O caso se tornou rumoroso, a denúncia foi perdendo força e, agora, um ano e meio depois, o presidente ainda tentou tomar as rédeas do jogo porque sabia, como explicado pela coluna, que perderia o julgamento no qual seria decidido se ele poderia ou não depor por escrito.
Segundo uma fonte do Supremo Tribunal Federal (STF), o fato de Bolsonaro ter recuado, e aceitado depor presencialmente – sem que a corte ordenasse isso – tornou a decisão do ministro Alexandre de Moraes desta quinta, 7, meio pro forma: a de mandou a PF marcar em 30 dias o depoimento.
Agora, o caso, que já teve milhares de idas e vindas, trocas de delegados e investigadores, e que gerou o casamento de Bolsonaro com Arthur Lira, como consequência política, finalmente vai desenrolar. É o capítulo final de Bolsonaro x Moro, isso se o ex-juiz não entrar na política…