No TSE, a nova prova de que ainda não há espaço para o Lula paz e amor
Ou... que mistério tem o presidente eleito para guardar-se tão firme no coração do povo...
Que mistério tem o [Lula] para guardar-se assim tão firme no coração do povo.
Adaptando a música lançada no álbum de Caetano Veloso em 1968, a coluna lembra que foram, em sua maioria, os mais pobres que deram ao petista o terceiro diploma de presidente da República.
O recall de um político dura algum tempo, é verdade. De um político popular… mais ainda. Mas não tanto tempo assim. Tem 20 anos que Lula chegou a primeira vez ao Palácio do Alvorada, e 12 anos que o político deixou o poder.
Mesmo com os anos que o separaram da presidência, ele permaneceu como o mais importante ator das redes de proteção social entre miseráveis, os mais humildes e aqueles brasileiros que vivem na classe média baixa.
Numa corrida presidencial apertada como a deste ano – com um populista extremista com a máquina pública na mão – não há como negar que foi o maior estrato sócio-econômico do eleitorado que fez aquela diferença para a vitória de Lula.
Com a diplomação nesta segunda, 12, Lula renasce como chefe de estado tendo vivido como ex-presidente com altos e baixos: da poderosa influência no governo Dilma até o ostracismo político dos 580 dias de prisão.
Em 2002, 20 anos atrás, Lula chorou ao comentar que, acusado durante anos de não ter diploma, ganhou o seu primeiro logo como presidente da República.
Hoje, chorou de novo ao relembrar a frase dita há tantos meses – 240 para ser mais exato – e afirmou que “quem passou o que ele passou nesses últimos anos [tem a] certeza de que Deus existe e de que o povo é maior do qualquer pessoa que tentar o arbítrio neste país”.
“Esse diploma não é do Lula presidente, mas é um diploma de uma parcela significativa do povo que reconquistou o direito de viver em democracia nesse país. Vocês ganharam esse diploma”.
O presidente eleito lembrou que “poucas vezes na nossa história a vontade popular foi tão colocada à prova”, e que o atual momento revela-se como um desafio ainda maior do que no período da Segunda Guerra Mundial.
Há de se pensar sobre isso. Naquele tempo, a fome assolou o mundo como hoje.
Lula lembrou das “manipulações que levam ao ódio e à violência política” e agradeceu aos ministros do Tribunal Superior Eleitoral: “a história há de reconhecer sua coerência e fidelidade à Constituição”.
Recordou ainda de Jair Bolsonaro e do movimento golpista que ele lidera. “Os inimigos da democracia lançaram dúvidas sobre as urnas eletrônicas, cuja confiabilidade é reconhecida em todo o mundo”.
Não esqueceu das Fakenews: “quando se esperava um debate político democrático, a Nação foi envenenada com mentiras produzidas no submundo das redes sociais”.
O presidente eleito diplomado se emocionou e não contemporizou os erros dos seus oponentes. Neste momento, não há espaço para o Lulinha paz & amor. Ainda.