Ao aceitar a inclusão de Jair Bolsonaro no inquérito das fakenews, o ministro Alexandre de Moraes encurralou o presidente da República em relação ao seus ataques ao sistema eleitoral brasileiro.
A decisão do magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF) lista uma série de propagações de notícias falsas de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas, além de suas ameaças à realização das eleições em 2022.
A investigação, como já anotou o próprio Moraes, pode levar à solidificação de um crime de responsabilidade cometido pelo presidente da República. Como sabemos, isso gera impeachment.
A decisão de Moraes se soma à abertura de investigação administrativa contra Bolsonaro pelo corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Luis Felipe Salomão, revelada pela coluna nesta semana.
Essa investigação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é do ponto de vista eleitoral, apenas, mas pode acarretar em impugnação de registro ou inelegibilidade do presidente.
Ou seja, se correr o bicho pega. Se ficar, o bicho come. Agora a bola está com Bolsonaro. Se o presidente continuar a atacar as urnas, o sistema eleitoral ou as eleições de 2022, o recado está claro: ele pode ficar de fora dela.