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Milícia atrai traficantes e vira crime organizado mais forte do Rio

Deputado Marcelo Freixo afirma que milícias são máfia e que integrantes do tráfico migraram para essas organizações por serem um negócio mais sólido

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 out 2020, 13h41 - Publicado em 22 out 2020, 13h31
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  • A milícia no Rio de Janeiro cresceu ao longo dos anos e já controla 57,5% do território da cidade, conforme o estudo “Mapa dos Grupos Armados do Rio de Janeiro”, divulgado esta semana. Para quem estuda essa forma de crime, a tragédia já era anunciada. Sem projetos de governo para combater essas organizações, era evidente que elas iriam crescer. Tanto, que apenas 1,9% do território carioca está livre desses grupos, segundo a pesquisa.

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    Para o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), que trabalha contra milícias há anos, a organização é uma máfia e se consolida como o crime mais organizado que o Rio de Janeiro já enfrentou. “A milícia é máfia, se consolida como o crime mais organizado do Rio de Janeiro, no sentido de estar dentro do Estado e de ter um projeto de poder. É completamente diferente do varejo da droga, do tráfico”, afirma.

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    Um dos pontos mais importantes nesse crescimento é o fato de que muitos integrantes do tráfico estão migrando para as milícias. Segundo Freixo, isso acontece porque esse é um negócio mais sólido do que o tráfico. “Há hoje uma quantidade muito grande de gente do tráfico migrando para a milícia, inclusive hoje boa parte dos donos de milícia são oriundos do tráfico. Muitos que antes entrariam para o tráfico, estão entrando para a milícia”, destaca o deputado.

    O parlamentar acredita que se as propostas que foram apresentadas em 2008, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias, tivessem sido colocadas em prática, a realidade seria diferente. Naquele ano, Freixo era deputado estadual pelo Rio de Janeiro e atuou como presidente da comissão, que pediu o indiciamento de políticos, policiais, agentes penitenciários, bombeiros e civis, apresentando 58 propostas para enfrentar as milícias.

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    “É muito importante resgatar o relatório da CPI. Ele foi o primeiro grande enfrentamento às milícias. Até aquele momento, chamavam a milícia de mal menor. E naquele momento a gente já avisava que não era um mal menor, que vai se transformar no crime mais organizado que o Rio de Janeiro já enfrentou. Dito e feito”, enfatiza Marcelo Freixo.

    Além de afirmar que a situação só piorou desde 2008, o deputado chama atenção para o fato de que os governos não se preocuparam em montar estruturas e investir em serviços de inteligência para combater as milícias. E o pior: a influência de milicianos sobre transportes alternativos, comércio de gás, controle de venda de cigarros e a participação de setores da polícia nesses crimes aumenta a cada dia. Como solução, o deputado avalia que as propostas sugeridas em 2008 ainda são válidas, mas precisam ser atualizadas para reverter de forma efetiva os danos causados nos últimos anos.

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    “A maneira de enfrentar a milícia é completamente diferente da maneira de enfrentar o tráfico. O tráfico enfrenta o Estado naquele microterritório. Ele é muito mais fácil de ser enfrentado. A milícia, se você não tiver inteligência, você não enfrenta. Ela está dentro da máquina do Estado, tem um projeto de poder e tem uma estrutura de corrupção junto ao Estado muito forte e domina amplos setores econômicos e sociais da sociedade”, conclui.

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