Assine VEJA por R$2,00/semana
Matheus Leitão Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
Continua após publicidade

Mais uma medida do governo Bolsonaro que deve ir para o STF

Projeto fere o direito individual à proteção de dados, segundo especialistas

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 Maio 2022, 10h07 - Publicado em 3 Maio 2022, 20h56
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A pauta da Câmara dos Deputados nesta semana traz a Medida Provisória 1.085/2021, que cria o Sistema Eletrônico dos Registros Públicos (SERP).

    Publicidade

    Trata-se de mais um projeto do governo Bolsonaro que fere os direitos individuais (no caso, à proteção de dados), segundo avaliam especialistas à coluna. Caso se transforme em lei, a MP deverá também ir parar no Supremo Tribunal Federal (STF), para que os ministros avaliem eventuais ilegalidades do texto.

    Publicidade

    A votação estava prevista para esta terça-feira, 3, mas pode ficar para amanhã, dia 4.

    “Os objetivos da medida são sedutores, como a simplificação e a modernização dos procedimentos de registro público de atos e negócios jurídicos e de incorporações imobiliárias. Mas ela traz, de forma concreta, sérios riscos de violação a direitos e garantias dos indivíduos”, explica o advogado Ricardo Campos, especialista em direito digital e professor na Goethe Universität Frankfurt am Main, da Alemanha.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    O professor avalia que a MP tem forte descompasso com a demanda atual por proteção de dados pessoais porque ela cria uma entidade registradora, centralizada e que funciona como pessoa jurídica de direito privado.

    “Casos recentes no STF e também um célebre julgamento do Tribunal Constitucional Alemão, em 1983, mostram que a construção de vastos bancos de dados únicos gera dois perigos: o primeiro deles é um risco à democracia, com a formação de perfis de indivíduos; o segundo é a possibilidade de vazamento da infinidade dos dados centralizados em um só lugar”, diz o especialista.

    Publicidade

    Se aprovada, a medida ainda introduz, de acordo com Campos, mudanças incompatíveis com a atividade dos notários e registradores civis. “A medida fragiliza, por exemplo, a fé pública registral e a segurança jurídica em atos sensíveis para a estabilização e o reconhecimento de direitos. Exemplo disso é a flexibilização das assinaturas eletrônicas. A MP não observa o padrão ICP-Brasil atualmente em vigor”, exemplifica o professor.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.