O vai e vem do maestro Dante Mantovani no governo, mais precisamente da presidência da Funarte, se deve ao temor de que mais um auxiliar popular de Jair Bolsonaro saia de sua gestão.
Nesta terça-feira, 5, Mantovani foi nomeado, por portaria, para a presidência da Funarte, órgão subordinada à Secretaria de Cultura. O ato do governo foi tornado sem efeito horas depois pelo ministro-chefe da Casa Civil, Braga Netto.
Questionado pela coluna sobre a razão da desorganização, um integrante da gestão afirmou que a decisão de nomeá-lo foi tomada por pressão da ala ideológica, os devotos de Olavo de Carvalho. Já o ato de retirá-lo do governo foi para afagar a própria Regina Duarte.
Essa não é a primeira vez que o maestro Dante Mantovani é demitido do governo. Há dois meses, quando Regina estava iniciando o “casamento” com Bolsonaro, ele também foi exonerado.
Em entrevista ao jornalista Hugo Marques, Mantovani atribuiu sua demissão à Secretaria de Cultura. Regina não o quer na Funarte porque Mantovani associou o rock ao satanismo em um vídeo que repercutiu muito mal, especialmente na classe artística.
No meio desse imbróglio, o temor do governo é o de que, após perder Sérgio Moro, a saída de Regina rendesse mais um baque para a administração, que começa a testemunhar a impopularidade crescer nas pesquisas de opinião. Por isso, Mantovani deixou o barco de novo.
Nas últimas semanas, cresceu o sentimento na atriz, segundo interlocutores, de que ela estava sendo “fritada” no cargo por Jair Bolsonaro, no jargão da Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Aos seus amigos, Regina disse, antes de uma reunião nesta quarta-feira, 6, com o presidente, que não entendia alguns movimentos do governo em relação a ela. Ao ser pedida para avaliar a relação, Regina disse a interlocutores que dá nota 4 para o “casamento” entre ela e o Bolsonaro. O encontro de hoje teve momentos de constrangimentos, como mostrou Veja, o que deve dificultar, por hora, a melhora da nota.
Para além da nomeação e da demissão relâmpago de Mantovani, Regina Duarte já travou ainda, como informou a coluna, uma disputa por cargos com o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, a quem a pasta da Cultura está subordinada. Daí o motivo para a nota ter ficado abaixo da média.