Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

“Caso de Regina Duarte é delicado”, diz subordinado cotado para sucedê-la

Sérgio Camargo, da Fundação Palmares, afirmou que deixou a secretária da Cultura surpreso ao ser convidado por Bolsonaro para ir ao Palácio do Planalto

Por Edoardo Ghirotto
Atualizado em 7 Maio 2020, 15h59 - Publicado em 6 Maio 2020, 15h15

O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, se encaminhava para o trabalho quando recebeu na manhã desta quarta-feira, 6, um convite do presidente Jair Bolsonaro para participar da reunião que havia sido marcada com a secretária da Cultura, Regina Duarte, no Palácio do Planalto. Em sinal de prestígio, Camargo sentou ao lado do presidente e acompanhou em silêncio toda a exposição de Regina sobre as medidas que ela deseja implementar à frente da pasta. A presença dele no encontro colocou de vez fogo nas conversas de bastidores de que Camargo pode sucedê-la no cargo. Em entrevista a VEJA, ele admitiu que a situação da atriz é “delicada” e que ela ficou surpresa com a sua presença na reunião. “Eu me senti prestigiado. Pertenço a um órgão vinculado à Secretaria da Cultura e não teria que estar na reunião necessariamente. A própria Regina disse que ficou surpresa com a minha chegada”, disse Camargo. “Todo mundo sabe que a situação dela é delicada, mas nada disso passa por mim.”

Também estiveram na reunião assessores de Regina Duarte e o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, a quem a pasta da Cultura está subordinada. Camargo afirmou que a apresentação da atriz foi uma “prestação de contas” e disse que teve uma conversa cordial com ela.  “Falamos sobre nossa experiência de gestão e a respeito do aprendizado que estamos tendo, já que nenhum dos dois era do serviço público”, disse Camargo. O presidente da Fundação Palmares ainda foi apresentado ao deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que chegou à reunião com ela já começada. “Ele me defende nas redes sociais. Foi legal poder conversar com ele pessoalmente.”

Camargo passou a ser cotado como um dos prováveis substitutos de Regina Duarte caso a atriz resolva pedir demissão da Secretaria da Cultura. Além da simpatia de Bolsonaro, o presidente da Fundação Palmares conta com o apoio de Geralda Gonçalves. Uma bolsonarista radicada nos EUA há mais de duas décadas, Geigê, como é conhecida, tem influência no Ministério do Turismo e vem articulando para que Regina perca o cargo. Geigê é próxima à família presidencial e foi responsável por indicar o antecessor da atriz, Roberto Alvim.

Apesar das evidências, Camargo jura que a influência de Geigê no ministério é “uma peça de ficção”. Ele também afirma que nunca discutiu a sucessão de Regina com Bolsonaro. “O que aconteceu hoje foi uma vontade do presidente de me prestigiar junto à secretária e aos seus assessores mais próximos. Por isso ele quis que eu participasse do encontro. Não tenho participação em conversas ou negociações relacionadas à permanência ou não da secretária no cargo”, diz.

Regina tentou demitir Camargo logo que assumiu a secretaria, mas foi desautorizada por Bolsonaro. Após tomar posse, a atriz disse ao programa Fantástico, da TV Globo, que a permanência de Camargo era um “problema” e que ele era um “ativista, mais que um gestor público”. Entre outras opiniões polêmicas, Camargo defendeu o fim do Dia da Consciência Negra e declarou que a escravidão “foi benéfica para os descendentes” de negros. Com base nessas declarações, a Justiça chegou a suspender a nomeação dele para a Fundação Palmares, mas a Advocacia Geral da União (AGU) derrubou o veto. Camargo retrucou nas redes sociais as críticas de Regina Duarte e, em em postagens mais recentes, afirmou de forma indireta que a atriz estava nomeando “esquerdistas” para a pasta. Ele ainda respondeu a uma seguidora que, até o momento, Regina só havia flexibilizado as prestações de contas da Lei Rouanet para beneficiar “a sórdida classe artística”.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.