Integrante da ala militar do governo federal afirmou à coluna que, sem um dos seus pilares, o governo não conseguirá se sustentar. A declaração remete à saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça fazendo acusações graves contra o presidente Jair Bolsonaro, como a tentativa de intervir politicamente na Polícia Federal. Bolsonaro nega, mas a opinião de um general da ativa foi mantida mesmo após o pronunciamento do presidente.
“O Moro (combate à corrupção) foi claramente um dos sustentáculos do projeto/programa de governo do presidente. O tamborete [governo] não fica firme sem um de seus pés. Estou preocupado com prosseguimento do governo, principalmente diante da crise sanitária-econômica que se abateu sobre o mundo e que se aproxima celeremente, aqui no Brasil, do ápice macabro”, afirmou à coluna o general da ativa.
Na avaliação deste integrante da ala militar, com cadeira no governo, havia um conjunto que ele chamou de “virtuoso” e que levou muitos eleitores a votar no então candidato Jair Bolsonaro.
“Foi esse conjunto ‘virtuoso’ que levou muitos eleitores a votarem no candidato, visto que estavam cansados dos desacertos de governos anteriores. Além de Moro, o outro pilar era combater a velha política (de conchavos e sinecuras) e [por último] e, por último, o ministro Paulo Guedes (política econômica liberal)”.
Dois desses três pilares caíram na última semana, com a aproximação de Bolsonaro ao centrão e a saída de Sérgio Moro do governo. Daí a tentativa de militares de demover de Bolsonaro a ideia de trocar o agora ex-diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo. A saída do policial, conforme se concretizou, tornaria insustentável a permanência de Moro. E sem Moro, a sustentação desaba.