Assine VEJA por R$2,00/semana
Matheus Leitão Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
Continua após publicidade

DEM faz discurso incoerente e caminha de vez para o colo de Bolsonaro

Partido tem o direito de buscar a extrema-direita e não o centro como parceiro nas eleições de 22. Mas não deveria inventar desculpa para justificar escolha 

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 fev 2021, 11h02 - Publicado em 5 fev 2021, 11h23
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Enquanto o presidente do DEM, ACM Neto, afirma que não descarta nada, nem mesmo estar com Jair Bolsonaro na cédula de 2022, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, acende mais o fogo e diz que caminhar com o presidente tem mais a ver com o eleitorado do Democratas.

    Publicidade

    Pior: em determinado momento de uma entrevista à Folha, Caiado explica porque é contra a outra opção, João Doria, do PSDB: o paulista “não tem empatia com o Centro-oeste, Norte e Nordeste”.

    Publicidade

    Ora, faça-me o favor. O governador de Goiás pode e deve, como figura importantíssima do DEM, apontar o caminho que achar melhor e mais vantajoso para a legenda em 2022. É da democracia. Mas preconceito com o Nordeste não pode ser o motivo. Não quando o candidato que ele defende é Jair Bolsonaro.

    O presidente já fez inúmeras declarações desrespeitosas a nordestinos, inclusive a mais conhecida, chamando-os, quando não sabia que estava sendo gravado, de “Paraíbas”: “Daqueles governadores de Paraíba, o pior deles é o do Maranhão. Não tem que ter nada com esse cara”. 

    Publicidade

    A lista é extensa. Apenas para dar mais um exemplo, Bolsonaro já disse que, para virar um nordestino cabra da peste, está “faltando crescer um pouquinho a cabeça”.

    Continua após a publicidade

    Ronaldo Caiado apoiou Bolsonaro na eleição de 2018, depois viveu às turras com o presidente na pandemia, criticando sua postura em relação ao novo coronavírus. Agora, se joga no colo de Bolsonaro após o DEM desembarcar da candidatura de Baleia Rossi à presidência da Câmara, deixando Rodrigo Maia ao léu. É o vai e vem bem comum na política brasileira.

    Publicidade

    Como já reforçado, o partido tem o direito de assumir que quer se juntar à extrema-direita e não ao centro nas próximas eleições. Então, se acredita que ele tem o melhor projeto para o país, defenda-o.

    A grande questão é que com esse apoio a Bolsonaro, a liderança do DEM está destruindo parte do capital político conseguido por dois fatos. Um dos seus filiados, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, saiu com imagem de bom gestor e de ter dado o alerta sobre a gravidade da crise sanitária. O outro é que o partido teve sucesso eleitoral municipal justamente pela boa gestão na pandemia. Então, seguindo por esse caminho, a sigla vai maltratar esse capital político.

    Publicidade

    No passado, a escolha foi mais ao centro, com uma longa aliança vitoriosa com o PSDB, que governou o país por 8 anos. Depois de um afastamento, voltou a sinalizar mais ao centro várias vezes – fez isso na última campanha municipal, em novembro, quando saiu vitorioso.

    Continua após a publicidade

    Talvez, liderado pelo neto do Antônio Carlos Magalhães, o mesmo que foi indicado duas vezes como governador biônico na ditadura (1964-1985), o partido esteja querendo voltar às origens mais extremistas.

    Publicidade

    Muito se disse sobre o apoio do DEM ao governo Bolsonaro, que já teve três ministros na gestão (hoje tem dois, mas pode ganhar mais um em breve).

    O próprio ACM Neto afirmou que não é base do governo e que não quer “indicar um porteiro” para a gestão. Outro que, como Caiado, vai sendo incoerente entre o discurso e os seus atos.

    Após a ajuda que deu à eleição dos candidatos bolsonaristas à Câmara e ao Senado não dá mais para negar isso, ACM Neto. O DEM não quer só governar com Bolsonaro, quer o posto de vice para 2022.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.