Como Lula venceu o cassado Deltan Dallagnol
Ou... o novo revés para o currículo do ex-procurador
Ex-coordenador da Força-Tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol acreditou que salvaria o Brasil da corrupção, mas não conseguiu salvar nem ele mesmo.
Ao ter o registro da candidatura à deputado cassado nesta terça, 16, Deltan perdeu os direitos políticos – assim como deixou de ser procurador -, pela porta dos fundos.
O resultado dessa ação reflete o fiasco que a operação se transformou ao longo dos anos, com Sergio Moro, por exemplo, sendo considerado parcial em relação a Lula pelo Supremo.
É vergonha atrás de vergonha.
O mais recente capitulo foi assim: por unanimidade, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que ele cometeu irregularidade ao pedir exoneração do cargo de procurador para se candidatar.
Quando decidiu buscar uma vaga no parlamento, Deltan Dallagnol respondia a mais de uma dezena de processos disciplinares justamente por sua atuação como procurador na Lava Jato.
É que a Lei da Ficha Limpa proíbe que membros do Ministério Público possam lançar candidatura na pendência de processos disciplinares.
Dallagnol queria a ampliação dessa legislação e conseguiu (enquanto não era político). Só não sabia que a lei atingiria a ele mesmo, em vez de seus investigados na época da operação.
Um deles – não sei se vocês lembram – é só o presidente da República.
“Meu sentimento é de indignação com a vingança sem precedentes que está em curso no Brasil contra os agentes da lei que ousaram combater a corrupção. Mas nenhum obstáculo vai me impedir de continuar a lutar pelo meu propósito de vida de servir a Deus e ao povo brasileiro”, esbravejou Deltan após a decisão.
Como vocês podem ver, o deputado cassado continua a acreditar na guerra fundamentalista na qual ele está – a mando de Deus – “limpando” o Brasil.