Ainda consolidando a base no Congresso neste terceiro mandato – atraindo políticos do centrão -, Lula enfrenta nesta segunda, 6, a sua reunião mais espinhosa desde a posse.

O presidente encontrará com o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, político-problema do União Brasil acossado por denúncias de uso irregular de aviões da Força Aérea Brasileira, a FAB.

Lula não só cobrará esclarecimentos públicos, segundo apurou a coluna. Fará mais do que isso. A ideia é que o petista use o caso como exemplo para outros integrantes do seu primeiro escalão.

Entre o primeiro abalo em seu Ministério – a ligação de Daniela Carneiro com a milícia no Rio de Janeiro – e os “voos irregulares” de Juscelino, o presidente mudou de tom e atitude, cobrando publicamente explicações.

Até por isso, o União Brasil – partido dos dois ministros e “dono” de 59 deputados e cinco senadores – reagiu. Demonstrou que uma demissão sumária de Juscelino poderá fazer um estrago no apoio da legenda às pautas do governo.

Diante das ameaças do União Brasil – que chegou a acusar Gleisi Hoffmann, presidente do PT, de “dois pesos e duas medidas” – Lula “mudou um pouco sua percepção” e entrará na reunião “sem julgamentos”, informaram interlocutores à coluna.

Líder petista, Gleisi pediu o afastamento do ministro, o que não ajudou. Agora, Lula ouvirá Juscelino e baterá o martelo, em um dia bastante difícil para o presidente.

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