A proximidade do presidente Jair Bolsonaro com aliados do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump representa um risco para a carreira política do brasileiro. Segundo o jornal O Globo, o presidente do Brasil e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, continuam a manter uma relação de proximidade com auxiliares e familiares de Trump.
O perigo da relação é repetir, no Brasil, a história que aconteceu nos Estados Unidos no final de 2020. Por lá, o mesmo discurso radical que deu a Trump a vitória em 2016 foi exatamente o que prejudicou sua tentativa de reeleição quatro anos depois.
Mas esse é, até agora, problema só para o trumpismo. O que ameaçou a Constituição americana foi a invasão do Capitólio estimulada por Trump. Aqui no Brasil se vê a insistência com a mesma estratégia.
Ao se aproximar de aliados de Trump, e de seus principais conselheiros, Bolsonaro repete discursos muito usados pelo norte-americano como atacar a imprensa, as instituições, duvidar da veracidade das eleições e minimizar a pandemia do coronavírus.
Uma parte importante do eleitorado dos Estados Unidos cansou e passou discordar do discurso de Trump, vendo com bons olhos dar o seu voto ao moderado e tranquilo Joe Biden.
Por aqui, o movimento pode ser parecido. Não duvidem. Uma parcela do eleitorado é pendular: pende para um lado numa eleição, e em outra direção na seguinte ou na subsequente.
No nosso caso, o país anda cansado do radicalismo do presidente, como mostram as pesquisas de opinião. A eleição de 2018 foi um ponto fora da curva, mas em geral o eleitorado prefere quem faz um movimento para atenuar o discurso de campanha. Foi o que aconteceu com Lula e a Carta aos Brasileiros, em 2002.
Com um governo marcado por crises institucionais, o presidente brasileiro deveria estar em busca de um discurso mais moderado, mas segue no caminho de fechar cada vez mais com os seus radicais. Essa postura foi exatamente o que encerrou a carreira de Trump na presidência dos Estados Unidos.