A perspicaz tentativa de Zema de dar um drible político em Lula
Ou... de se diferenciar de Tarcísio de Freitas e Cláudio Castro
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, fez um movimento político perspicaz, nesta quarta, 7, ao se dizer “convocado” para as eleições presidenciais de 2026 horas antes de se encontrar com Lula.
Em entrevista à rádio Jovem Pan, o governador mineiro fez o seguinte raciocínio: “se fizer uma boa gestão, se formos bem avaliados, talvez esse caminho [da candidatura à presidência] possa se concretizar no futuro”.
Romeu Zema ainda aproveitou para criticar a esquerda, classificando-a na entrevista de “antiga” – especialmente no que diz respeito à condução econômica federal imposta pelo PT ao país.
“Nós temos que chorar hoje, porque o Brasil está caminhando para uma situação tenebrosa. Uma dívida crescente e isso inviabiliza qualquer investimento futuro”, afirmou.
Ocorre que o governador de Minas Gerais deu as declarações após confirmar sua presença ao lado de Lula em evento nesta quinta, 8, e conseguir o que mais queria, segundo aliados: uma reunião sozinho com o presidente.
A movimentação de Zema no tabuleiro político é uma espécie de vacina aos encantos de Lula que tem feito gestos políticos a governadores da oposição ligados a Jair Bolsonaro.
Os bolsonaristas Tarcísio de Freitas e Cláudio Castro já caíram no feitiço do presidente, com trocas de elogios públicos de lado a lado.
Não que Zema não esteja disposto a fazer isso, mas agora pode fazê-lo com uma carta na manga: a de que, entre os três, ele é o que mais se coloca como adversário do PT.
PS – O governador de Minas, aliás, terá o seu primeiro encontro com Lula após a eleição e já foi cobrado publicamente pelo presidente por nunca ter ido a Brasília conversar sobre os desafios do estado. Entre os três políticos, Zema ainda é o que mais fez acenos à extrema-direita.