A Procuradoria-Geral da República quer saber, mais profundamente, se Jair Bolsonaro teve influência nos atos golpistas de 8 de janeiro.
Essa é fácil de responder: sim, teve. Toda!
O questionamento só surgiu agora por causa da mudança de rota do Ministério Público Federal sob Augusto Aras, que resolveu se candidatar à recondução ao cargo. A coluna já escreveu sobre isso, e as chances dele conseguir esse feito são quase nulas.
Ainda assim, ele continua tentando.
Primeiro, a PGR pediu a inclusão do líder da extrema-direita na ação que investiga os autores intelectuais dos movimentos que destruíram a sede dos Três Poderes.
Agora, deseja saber se os 244 já denunciados por participação na tentativa de golpe seguem ou deixaram de seguir o ex-presidente nas redes sociais. E, se costumavam repostar suas mensagens antidemocráticas.
Nesta quinta, 10, Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, aceitou o pedido. E determinou que as redes sociais enviem a Augusto Aras postagens do ex-presidente que tenham relação com eleições, TSE, STF e Forças Armadas.
Não vai ser difícil achar. Tem até aquela famosa em que Bolsonaro faz ataques ao sistema eleitoral, apaga duas horas depois e diz estar sob efeito de remédios.