O grupo aliado de Bolsonaro está dividido. As declarações dadas nesta terça, 11, por Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, defendendo a legalização de jogos – como o cassino e o jogo do bicho no país – mostrou como esse assunto é desconfortável para o grupo ao redor do presidente.
Os evangélicos, firmes apoiadores de Bolsonaro, são contra a legalização. Pensando na sua tentativa de reeleição, o presidente decidiu agradar as igrejas e se posicionou contra a legalização, dizendo que os jogos de azar não são bem-vindos no Brasil.
Agora, Arthur Lira, que é um dos grandes aliados do presidente e responsável por defender a agenda do governo entre os parlamentares, vai na contramão do que diz Bolsonaro.
“Onde não acontecem jogos no Brasil? Temos o jogo do bicho há uma vida. Os cassinos, em São Paulo deve ter mais de 300. Temos jogos online”, disse Lira durante evento organizado pelo banco BTG Pactual.
O assunto deve ser pautado nesta terça ou na quarta para votação em plenário. A posição de Lira já está definida e, se a Câmara aprovar o projeto, Bolsonaro terá uma saia justa pela frente.
Terá que escolher entre atrair ainda mais seus eleitores evangélicos no ano em que vai tentar sua reeleição, e precisa de apoio, ou terá que enlear os parlamentares a favor do jogo, sabendo que a agenda que ele quer aprovar este ano depende desse apoio da Câmara.