A nova investida de Bolsonaro contra o STF
Ou... como o ex-presidente quer o Supremo incompetente para julgá-lo
Mais uma vez em silêncio diante da Polícia Federal, Jair Bolsonaro alega agora, através de seus advogados, a total incompetência do Supremo Tribunal Federal para investigar a atuação de diversos empresários que teriam conspirado para um golpe de estado no Brasil.
Através de sete advogados, o ex-presidente apresentou um documento à PF, nesta quarta, 18, no qual diz que não há justificativa para a manutenção do inquérito, classificando-o como contraproducente. E manteve-se calado diante dos investigadores que queriam ouvi-lo sobre o caso.
Para a equipe de advogados de Bolsonaro, nenhum dos investigados detém a prerrogativa de foro para que o inquérito permaneça na mais alta corte do país.
Os defensores do líder da extrema-direita brasileira acreditam que o Supremo tem usado uma espécie de subterfúgio chamado de “conexão probatória” – ou seja, a possibilidade de existência de vínculo entre crimes apurados – para poder manter vários casos na corte, sem enviá-los para a primeira instância.
De acordo com os advogados, também não há materialidade no inquérito específico porque a investigação não apontou nenhuma evidência concreta de que houve tentativa real e violenta de deposição do presidente Lula.
As investigações da PF apontam para trocas de mensagens entre Bolsonaro e empresários como Meyer Nigri com acusações contra o ministro Luís Roberto Barroso, hoje presidente do STF.
As apurações ainda tratam de mensagens falsas do ex-presidente sobre fraudes perpetradas pelo Tribunal Superior Eleitoral nas eleições de 2022 e violações do estado democrático de direito.