O novo embate entre Lula e Volodymyr Zelensky – agora na ONU – acabou ruim nesta quarta-feira, 25, para o presidente brasileiro.
Primeiro porque expôs um dos dois erros do mandatário petista em seu discurso de abertura da 79ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas no dia anterior.
A questão central sobre a exposição à frente do mundo é a de que Lula pediu para os dois lados cederem na guerra entre Rússia e Ucrânia.
O que mesmo a Ucrânia poderia ceder? Dar uma parte do território para o inimigo invasor e ver se Vladimir Putin finamente fica quieto?
Essa não é uma solução.
Quem foi invadido? A Ucrânia. Então não são lados iguais. Mas a diplomacia do Lula passa o tempo todo tratando como iguais o que não são iguais. Um é invasor, o outro é invadido – por isso são diferentes.
Do lado russo, há a tentativa de construir a narrativa de que os países da OTAN estavam chegando muito perto e o governo se sentiu ameaçado.
Bem, Putin então invade a Ucrânia e o país destruído tem que ceder?
Nesse contexto, Volodymyr Zelensky resolveu dar uma estocada no Brasil e na China, afirmando que as duas nações querem aumentar o poder diplomático às custas da soberania da Ucrânia.
O discurso de Lula foi muito bom – é um fato – mas acabou tendo dois erros. Abriu brecha para Zelensky fazer esse embate e gerou novamente o histórico estranhamento por nenhuma citação sobre a Venezuela.
Esse segundo problema fez com que o presidente do Chile, Gabriel Boric, mais uma vez atacasse o calcanhar de Aquiles de Lula ou o que definiu como omissões da ala progressista sobre as ditaduras de líderes de esquerda na América Latina.
Daí, a dupla derrota de Lula no dia seguinte de um discurso histórico.