- A nova revelação sobre a atuação de Mauro Cid no caso das joias das arábias — mais uma vez, envolvendo Jair Bolsonaro — caiu como uma bomba no meio da extrema direita.
Segundo revelado pelas jornalistas Thaís Augusto e Gabriela Vinhal, nesta sexta, 4, documentos descobertos pela CPI do 8 de Janeiro mostram que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro tentou vender o Rolex recebido pelo político em viagem oficial à Arábia Saudita, no exercício do mandato.
O agravante dessa nova informação é o seguinte: ela reforça a tese da acusação de que havia interesses escusos ao menos em alguns dos presentes entregues pelo Reino da Arábia Saudita ao ex-presidente e seus familiares.
Primeiro, o Rolex foi colocado no acervo privado da Presidência. Depois, Mauro Cid tenta vender o relógio, como mostra um e-mail revelado pelos jornalistas no qual pediu a bagatela de U$ 60 mil ou cerca de R$ 270 mil pelo objeto.
“Nós não temos o certificado do relógio, já que foi um presente recebido em viagem oficial de negócios. O que temos é o selo verde de certificado superlativo, que acompanha o relógio. Além disso, posso certificar que o relógio nunca foi usado. Pretendo receber por volta de $ 60.000 pela peça. Agradeço o retorno rápido”, diz o ex-ajudante de ordens em e-mail a que a CPI teve acesso.
Mais uma vez, tudo depende de como Mauro Cid responderá aos órgãos oficiais de investigação.
Se disser que tentou vender sem consentimento do chefe, assumindo a culpa, o ex-ajudante de ordens eximirá Bolsonaro de culpa. Se não, bem… Nesse caso, o líder da extrema direita estará ainda mais enrolado juridicamente.
Até aqui, o ex-presidente tem tido sorte com as reações do militar de alta patente.