Lula resolveu tentar corrigir – de uma só vez, ou em uma tacada só – os rumos de dois gargalos do seu governo, sendo um deles criado peplo próprio presidente recentemente.
Em discurso no Itamaraty, Lula enfatizou a diversos empresários que garantirá “estabilidade fiscal” e aproveitou para chamar a atenção para a necessidade de unir desenvolvimento econômico com sustentabilidade ambiental.
Primeiro, o presidente afirmou: “Vamos garantir estabilidade política, estabilidade social, estabilidade jurídica, nós vamos garantir para vocês estabilidade fiscal e nós queremos garantir para vocês a possibilidade de vocês colocarem a inteligência empresarial de vocês para que esse país cresça cada vez mais”.
Percebam, leitores, que enquanto falava de política e de questões sociais, temas tão caros para o líder da esquerda brasileira, Lula ressaltou aos empresários que vai levar a sério a questão do déficit da meta.
O presidente sabe bem que, há dez dias, criou um estrago no próprio governo, desautorizando completamente Fernando Haddad dizendo que a meta fiscal “não precisava ser zero”, justamente a maior promessa do ministro da Fazenda.
Depois, diante dos últimos assustadores alertas do clima, Lula deu a entender que chuvas extremas, elevação do nível do mar ou longas secas não são mais “loucuras [da cabeça] de professor”.
“A questão do clima é muito séria e o planeta está dando um aviso: ‘cuide de mim’, ‘não me destruam que vocês serão destruídos junto comigo’. É esse o recado que a gente está vendo nos ciclones, nos furacões, nas secas”,
Nos últimos meses, o presidente havia feito várias sinalizações positivas aos desenvolvimentistas do seu governo, desencorajando a ala ambientalista. Agora, parece voltar atrás para resolver dois grandes problemas com um discurso só.