A relação entre dois dos principais apoiadores de Lula em 2022 – a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues – se deteriorou a ponto de o senador deixar o partido Rede Sustentabilidade.
Esse foi o principal motivo do desligamento repentino de Randolfe da legenda nesta quinta-feira, 18.
Como se sabe, o senador do Amapá não gostou de uma decisão do Ibama, que negou licença para que a Petrobras realize uma perfuração na costa do seu Estado, a mais de 500 quilômetros da Foz do Rio Amazonas.
“A decisão do Ibama contrária à pesquisas na costa do Amapá não ouviu o governo local e nenhum cidadão do meu estado. O povo amapaense quer ter o direito de ser escutado sobre a possível existência e eventual destino de nossas riquezas”, explicou o senador em suas redes sociais.
O maior temor entre setores do ministério é de que, em caso de uma tragédia ou um vazamento, a corrente marítima espalhe rapidamente o petróleo, contaminando também o rio. O politico do Amapá se sentiu alijado do processo, e teme a ida dos empreendimentos para o Rio Grande do Norte e Sudeste.
Randolfe e Marina não se falaram sobre o tema – isso porque o desconforto entre os dois existe há mais de um ano, tempo em que eles estão sem ter uma conversa mais aprofundada.
Em momentos distintos, por exemplo, um apoiou Lula à presidência sem avisar o outro, mesmo os dois estando no mesmo partido político. Houve ainda uma tentativa de reaproximação no lançamento da campanha de Marina ao cargo de deputada, mas não deu certo.