Após as novas mentiras de Jair Bolsonaro sobre as urnas eletrônicas – contadas agora para embaixadores de diversos países -, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, conversou com Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, os líderes do Congresso Nacional.
Assim como em abril, quando o presidente da República fez outros ataques ao sistema eleitoral, o magistrado tentava, ao conversar com eles nesta segunda, 18, uma resposta institucional da democracia brasileira contra os arroubos do mandatário.
Fachin conseguiu, em parte, o seu objetivo.
Lira, o presidente da Câmara e aliado de todas as horas de Jair Bolsonaro, se calou, e não esteve à altura do cargo que ocupa. Silenciar em um momento grave como este é o mesmo que avalizar o comportamento antidemocrático do presidente da República.
É tão grave que, além de não repudiar a vergonha internacional que Bolsonaro fez o país passar, o presidente da Câmara falava ontem, no twitter, sobre o apoio do prefeito de Arapiraca ao seu candidato para o governo de Alagoas. Pode?
Imaginem como Ulysses Guimarães, que já sentou na mesma cadeira de Lira, reagiria?
Pacheco, o presidente do Senado, afirmou em nota que a “segurança das urnas eletrônicas e a lisura do processo eleitoral não podem mais ser colocadas em dúvida” e que “questões superadas não mais admitem discussão”.
Disse bem, mas o presidente do Senado aproveitou para usar todo o mineirês político que lhe é peculiar, fazendo – antes – a ponderação de que “uma democracia forte se faz com respeito ao contraditório e à divergência, independentemente do tema”.
Não era hora disso, nem de somente soltar nota de repúdio.
O país está cansado dos ataques de Jair Bolsonaro à Constituição.
“Basta!”, como bem disse o ministro Fachin.