O governo Jair Bolsonaro criou nesta terça-feira, 31, a Bandeira Escassez Hídrica, que, de certa forma, passa a substituir a Bandeira Vermelha 2. Na verdade, é a própria bandeira vermelha com aumento, mas eles inventaram esse nome fictício.
Chega a ser curioso lembrar que o slogan informal do presidente e dos bolsonaristas, que surgiu antes do “Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”, sempre foi o de que “a nossa bandeira jamais será vermelha”. E desde que a crise hídrica se agravou eles tiveram que recorrer às bandeiras. A primeira foi a verde, a segunda, a amarela.
Até aí tudo bem. Depois vem a vermelha, na escala óbvia que representa os sinais de alerta e perigo. Como a crise foi piorando e os custos das térmicas acumulando déficits, eles criaram a bandeira Vermelha 2. Agora seria a Vermelha 3, mas então fugiram da cor anti-Bolsonaro.
Serviu também para tirar poderes da Aneel. A Agência Nacional de Energia Elétrica é que decide o custo da energia, mas agora essa nova bandeira foi desfraldada pelo CREG. Esse nome também é esquisito. Foi inventado pelo governo para fugir do óbvio Comitê de Crise.
O nome completo é Câmara de Regras Excepcionais para a Gestão Hidroelétrica. E foi o CREG que criou a tal bandeira não vermelha, mas com potencial para deixar muito orçamento doméstico no vermelho, porque a conta vai pesar.