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Marcela Rahal

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Jornalista, repórter e apresentadora. Blog de informação e análise do cenário político nacional
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Relator do PL das Fake News diz que foi surpreendido com decisão da Câmara

Arthur Lira anunciou criação de grupo de trabalho para discutir novo projeto sobre a regulamentação das redes sociais

Por Marcela Rahal Atualizado em 9 Maio 2024, 12h30 - Publicado em 10 abr 2024, 06h30
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  • O relator do PL das Fake News, Orlando Silva (PC do B – SP), afirmou em nota na noite dessa terça-feira, 9, que não sabia que um novo projeto sobre a regulamentação das redes sociais seria debatido na Câmara.

    “Fui surpreendido com a informação de que será criado na Câmara dos Deputados um Grupo de Trabalho para discutir os temas tratados no relatório que elaborei para o PL 2630/2020”.

    Após reunião de líderes dos partidos, o presidente da Casa, Arthur Lira, anunciou ontem que seria criado um grupo de trabalho para debater o tema, e que vai funcionar por 30 ou 40 dias. Na avaliação do deputado, esse é o “caminho mais hábil”, pois o atual projeto, contaminado pela polarização política, não teria mais condições de ser votado.

    O tema voltou à tona depois do embate entre o empresário Elon Musk, dono do X, e o ministro do STF Alexandre de Moraes. O bilionário fez ataques ao magistrado e ameaçou não cumprir decisões judiciais.

    A tensão aumentou ainda mais depois que Moraes incluiu Musk no inquérito das milícias digitais, que investiga perfis e grupos que atentam contra a democracia nas redes sociais. O empresário ameaçou tirar os funcionários do Brasil e acusou Moraes de interferir a favor de Lula nas eleições.

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    A ameaça de não cumprir medidas judiciais fez com que Orlando Silva pedisse para que o PL voltasse a pauta, que foi paralisada há um ano por falta de consenso dos deputados em relação a proposta. Desde então, perdeu força, na avaliação da cúpula da Câmara, que não via mais viabilidade para a proposta.

    O relator, em nota, afirmou que o Congresso não pode se omitir em relação a regulamentação e que a questão precisa ser tratada o quanto antes.

    “Sigo convicto de que é urgente e inescapável a regulação de plataformas digitais para garantir a liberdade de expressão, qualificar o regime de responsabilidades para as Bigtechs, fixar obrigações de transparência, de modo que os direitos fundamentais dos brasileiros sejam protegidos, a desinformação combatida e não continuemos assistindo perplexos a tantos crimes sendo cometidos na internet”.

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    O PL previa a responsabilização das big techs por conteúdo ilegal divulgado nas redes sociais, fiscalização de propagação de notícias falsas e mais transparência das empresas por meio de relatórios.

    O tema também passou a ser discutido pelo Judiciário. O ministro do Supremo Dias Toffoli, relator de um recurso sobre o tema, afirmou nessa terça-feira que vai liberar o processo que trata do Marco Civil da internet até junho, e que seu voto ainda precisa de ajustes pontuais.

    O fato é que a tramitação no Congresso ainda deve se alongar depois que o PL das Fake News foi enterrado. A previsão é de que o julgamento no STF possa começar em agosto, e se a Câmara não agilizar, corre o risco de o Judiciário ter que decidir a questão em nome do Legislativo.

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