O acordo para a relatoria da Braskem
Dobradinha da CPI da Covid deve ser repetida na investigação da petroquímica
O presidente da CPI da Braskem, senador Omar Aziz, do PSD-AM, já combinou com o colega Renan Calheiros, do MDB-AL, autor do pedido de criação da Comissão, que vai indicá-lo como relator. Com isso, a dobradinha (famosa) que foi formada na CPI da Covid deve se repetir, segundo aliados ouvidos pela coluna.
A indicação deve acontecer na volta do recesso parlamentar e início dos trabalhos da CPI, que pretende investigar a atuação da petroquímica na exploração de sal-gema, em Maceió. Cinco bairros já foram interditados por risco de afundamento causado pelo colapso da mina 18. Mais de sessenta mil pessoas foram desalojadas.
O senador Renan Calheiros briga pela abertura dessa CPI desde setembro, mas só conseguiu a instalação depois do iminente colapso da mina, que aconteceu a partir do dia 30 de novembro, quando a prefeitura decretou estado de emergência. No último dia 10, parte da mina desabou, mas a Defesa Civil informou que a situação está estabilizada, até o momento, com a utilização de um novo equipamento instalado.
Os parlamentares, então, se mobilizaram para apoiar a Comissão e no dia 13 deste mês a CPI foi instalada. Aziz será o responsável pela escolha do relator, e nos bastidores já se fala que o nome de Calheiros está fechado. Inclusive, que pretende pedir as informações colhidas na Operação Lágrimas de Sal, realizada nesta quinta, 21, pela Polícia Federal, para investigar supostas irregularidades cometidas pela Braskem. Cerca de 60 policiais federais cumpriram 14 mandados de busca e apreensão em Alagoas, sendo 11 em Maceió, dois no Rio de Janeiro e um em Aracaju.
Quem não ficará feliz com a relatoria, caso seja confirmado o nome de Renan, é seu histórico adversário de Alagoas, Arthur Lira, presidente da Câmara. Vale lembrar que, em uma reunião feita no Palácio, recentemente, com o presidente Lula e os representantes políticos do Estado, foi fechado um “pacto” para que não haja a politização do caso Braskem. Ah, tá.