O porta-voz do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul (CBMMS), Coronel Frederico Reis Pouso Salas, relatou em entrevista ao Ponto de Vista, de VEJA, nesta terça-feira, 25, as dificuldades dos militares para chegar nos pontos de incêndio na região do Pantanal e da ajuda do governo federal no caso. Na segunda-feira 24, o governo do estado decretou situação de emergência por causa das queimadas. O bioma e o Cerrado registraram, em 2024, o maior número de focos de incêndio desde 1988, quando começou o monitoramento de queimadas pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
“Essa preocupação do governo federal já existia, porque a gente tem um comitê integrado da situação do Pantanal que já há algum tempo vem se reunindo, mas o fogo começou a se agravar três semanas atrás. O grande desafio do Pantanal é chegar nos pontos de incêndio. Então não adiantava de nada a gente, algumas semanas atrás, ter uma quantidade de gente reunida porque o fogo começou numa área inacessível. Agora que ele está chegando próximo ao município de Corumbá foi acionado esse gabinete de gestão de crise pra gente fortalecer as ações”, afirmou.
Sales também comentou a declaração da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, de que a ‘ação humana’ piora a situação na região. “Aqui no Pantanal a gente tem um grande desafio que são os incêndios que acontecem [naturalmente] e os que são provocados, como bem disse a ministra, pelo homem. Essa região é próxima a cidade de Corumbá, então é uma área aonde a ação humana, a passagem de pessoas se dá com maior incidência e por isso a gente tem muitas vezes incêndios criminosos nessa faixa próxima a cidade”, disse.
“Na questão desses incêndios suspeitos de serem criminosos, a gente, através do estado do Mato Grosso do Sul, aciona o Ministério Público e a Polícia Militar Ambiental para fazer uma investigação mais profunda e estar, juntamente com o governo federal, responsabilizando os possíveis autores desses desastres ambientais”, acrescentou o porta-voz, que também citou quais foram as medidas tomadas pelas autoridades desde o último grande incêndio no Pantanal, em 2020.
“A gente vem trabalhando com o governo estadual desde esse marco temporal (incêndios de 2020) na melhoria do combate às chamas, principalmente na compra de equipamentos e materiais. Em 2020 a gente não possuía aeronaves de combate a incêndio florestal. Depois desse episódio, o governo do Mato Grosso do Sul adquiriu duas aeronaves, dez caminhões de combate a incêndios florestais, vinte caminhonetes pra transportar tropa pra gente estar se preparando para as temporadas de incêndio florestal”, revelou.
“As previsões meteorológicas, a ciência, já tinha alertado desde o ano passado que devido a escassez hídrica da região do Pantanal, este ano as condições climáticas mais severas causariam uma incidência maior de fogo na região”, completou, dizendo ainda que, na próxima sexta-feira, dia 28, as ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e do Planejamento, Simone Tebet, irão até a região como representantes do governo federal.
Sobre o programa
O Ponto de Vista é apresentado por Marcela Rahal, transmitido ao vivo sempre às 12h das terças e quintas-feiras, e hoje também tratou das principais notícias do dia com o colunista Robson Bonin.
Você pode participar mandando sua pergunta em nossas redes sociais ou pelo chat.
A entrevista é transmitida simultaneamente no YouTube e na homepage da VEJA, e para os inscritos no canal da VEJA no WhatsApp.
YouTube: https://www.youtube.com/c/veja
Inscreva-se nos canais da VEJA nas redes sociais e fique por dentro de tudo sobre o novo programa.
Facebook: https://www.facebook.com/Veja/
Instagram: https://www.instagram.com/vejanoinsta/
Leia mais sobre o Ponto de Vista e sobre os bastidores da política nacional:
https://veja.abril.com.br/coluna/marcela-rahal
Baixe o aplicativo de VEJA para Android e iOS gratuitamente nos links abaixo e fique por dentro das principais notícias do dia: