Brasil faz lição de casa e cresce em conflito
Governo equilibra discurso e conquista apoio de países no Conselho de Segurança
Ao longo dos 12 dias de conflito entre Israel e Hamas, a diplomacia brasileira cresceu a ponto de vencer, mesmo após uma derrota. O placar desta quarta-feira no Conselho de Segurança da ONU foi visto de forma extremamente positiva dentro e fora do governo. Dos 15 países-membros, 12 votaram a favor, 2 se abstiveram e apenas os Estados Unidos foram contra.
Fato que, aliás, ficou feio para a diplomacia americana. A intenção de ter protagonismo no processo de ajuda humanitária ficou clara. Logo após vetar o texto, os Estados Unidos aprovaram direto com Israel a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Sendo assim, ponto para o Brasil.
O governo cometeu tropeços que foram criticados logo no início do conflito quando, por exemplo, o presidente Lula condenou os atos terroristas, mas não citou o Hamas. Ao longo dos dias, o presidente foi equilibrando o discurso ponderando o fim da violência tanto para o grupo terrorista quanto para Israel.
Prova disso foi que o Egito chamou ainda nesta quarta-feira o Brasil para participar de uma cúpula no país para discutir a crise em Gaza. A preocupação do país vizinho é com a entrada em massa de imigrantes que querem sair da zona de guerra. O Brasil também vem negociando a saída de brasileiros que vivem lá.
O fato é que, para quem quer mais espaço no cenário internacional, a presidência temporária do Brasil no Conselho de Segurança — no meio de uma guerra — pode ter caído bem para Lula, na perspectiva diplomática. Basta saber ainda como serão os próximos passos.