Boulos cobra uma motivação ‘mais factível’ para o assassinato de Marielle
Em entrevista ao 'Amarelas On Air', o pré-candidato também criticou os gastos de Nunes e diz que é “um feito” ainda se manter à frente nas pesquisas
O pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSOL, deputado federal Guilherme Boulos, afirmou em entrevista ao Amarelas On Air, de VEJA, que a prisão dos supostos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes é “antes de tudo, um alívio, ainda que tardio”.
A Polícia Federal prendeu preventivamente neste domingo, 24, o deputado federal Chiquinho Brazão e seu irmão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do estado, acusados de mandar matar a parlamentar, em 2018. Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, também foi preso por ajudar a planejar e ocultar o crime.
Na investigação, a PF aponta como possíveis motivações para o crime divergências políticas entre os irmãos e Marielle. A vereadora atuava pela moradia popular em terras dominadas pela milícia e que eram utilizadas para a expansão imobiliária do grupo ligado aos irmãos. Mas, para Boulos, esse motivo não convence.
“Eu acho que nós precisamos esperar a sequência das investigações da PF. Aliás, a Polícia Federal fez um trabalho exemplar em um ano e três meses após a posse do presidente Lula; o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos, trouxe esse resultado. Agora, o delegado foi preso. Agora, o Chiquinho Brazão foi preso. Agora, o Domingos Brazão foi preso. Essas pessoas vão colaborar com as investigações? Se eles colaborarem com as investigações, eu acredito que a gente possa chegar a uma motivação mais factível. Já sabemos quem matou, agora, quem mandou matar. Acho que o próximo passo da investigação é saber o que levou essas pessoas a mandar matar Marielle”, concluiu.
O pré-candidato também falou sobre a disputa municipal em São Paulo. Questionado sobre o crescimento do atual prefeito Ricardo Nunes nas pesquisas de intenção de voto que apontam para um empate técnico entre os dois, Boulos disse que impressiona seu nome estar na frente, mesmo após tanto gasto público feito por Nunes.
“É um feito que eu ainda esteja na frente, em primeiro lugar, preservando os 30 e poucos. Depois do uso escancarado da máquina pública que a gente tem tido no último período, foram praticamente 400 milhões de reais, 375 milhões de reais gastos pelo prefeito em publicidade para vender uma cidade que não existe e promover a gestão dele com dinheiro público.”