Rojões, granada, álcool e até maçarico: o que foi apreendido pela polícia
VEJA teve acesso a autos de prisão de diversos manifestantes que depredaram Brasília no domingo, 8
Tão logo os vândalos que depredaram o Congresso, o Palácio do Planalto e o prédio do Supremo Tribunal Federal foram sendo presos em flagrante, os policiais de Brasília começaram a ouvir os depoimentos dos envolvidos nos atos de terrorismo de domingo, 8. Entre objetos encontrados com eles estão facas, rojões, estilingues (com bolas de gude), bombas, granadas, além de material inflamável para a confecção de coquetéis molotov e até um pequeno maçarico. Os materiais e os depoimentos fazem parte de inquéritos individuais que foram montados para cada uma dos cerca de 1.200 pessoas detidas. VEJA teve acesso a parte desses autos, que tramitam na Justiça Criminal de Brasília.
Conhecido no “QG” (local do acampamento bolsonarista) como Roque, o mecânico Antônio Geovane Sousa de Sousa, 23, foi do Pará ao Distrito Federal, onde está desde o dia 15 de novembro passado. No domingo, ele foi preso ao tentar acender uma bomba durante a passagem de manifestantes a caminho da Praça dos Três Poderes. Ao verificar suas duas bolsas, a Polícia Civil encontrou diversos materiais, como estilingue, maçarico, bombas, gasolina, álcool e etanol, que seriam usados para causar explosões em garrafas de vidro.
Outro detido é o paulista Davis Baek, 41, morador de Sorocaba. Ele chegou a Brasília no dia da manifestação. Em sua mochila a polícia achou rojões (ele nega que sejam seus), uma faca, um canivete e uma bomba de gás lacrimogênio. Sobre esse último, o acusado afirma que o material estava deflagrado e que ele levaria para casa como um “souvenir”.
Preso portando três bastões pequenos de madeira, um estilingue, bolas de chumbo e uma balaclava preta, o desempregado Marcos dos Santos Rabelo, morador de Marabá (PA), vai ser transferido para o Presídio da Papuda. Também detido no domingo, o vendedor Julio Cesar de Oliveira Ciscouto, 73, morador de Belo Horizonte, é acusado pelos policiais civis do DF de ter oferecido 5.000 reais para que seu aparelho de celular não fosse apreendido. Segundo os agentes, o valor seria levado pela filha de Ciscouto. No depoimento, ele não quis se pronunciar.