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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Quem são os generais que sempre estão com Bolsonaro desde a derrota

Enquanto participa de solenidades militares, nem Bolsonaro e nem os oficiais auxiliares fazem qualquer aceno a manifestantes que pedem intervenção militar

Por Laísa Dall'Agnol Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 dez 2022, 14h02 - Publicado em 6 dez 2022, 10h51

Desde que perdeu as eleições presidenciais para Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente Jair Bolsonaro só tem ido a um tipo de evento público: cerimônias militares, de onde entra mudo e sai calado. E nessas aparições — três desde a derrota nas urnas –, ele tem sempre os mesmos aliados: generais que estão ou estiveram no alto escalão do governo.

Estão sempre ao seu lado o vice-presidente e senador eleito Hamilton Mourão (Republicanos); o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira; o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos; o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno; e o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil — e candidato a vice na chapa de Bolsonaro neste ano — Walter Braga Netto.

O primeiro evento público ao qual compareceu após a derrota eleitoral foi a Cerimônia do Aspirantado 2022, em 26 de novembro, na Academia das Agulhas Negras. Na ocasião, havia uma forte expectativa de que Bolsonaro fizesse o seu primeiro discurso público desde o resultado das urnas, o que acabou não acontecendo. Em um dado momento, o vice Mourão chegou a tentar convencer o presidente a dar algumas palavras, mas sem sucesso.

A segunda participação em um evento público foi na última quinta-feira, 1º, quando esteve na Solenidade de Promoção de Oficiais-Generais do Exército, em Brasília. A ocasião festiva para os dez militares promovidos foi marcada por um clima de fim de festa. Visivelmente abatido, passou os pouco mais de 40 minutos da cerimônia em silêncio e nem sequer cantou o Hino Nacional, executado no início e no final da cerimônia. Nos momentos em que apareceu na transmissão da emissora estatal, estava olhando “para o nada”.

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Nesta segunda-feira, 5, Bolsonaro compareceu a mais um evento militar — a Cerimônia de Cumprimentos dos Oficiais Generais das Forças Armadas, também em Brasília. Aparentemente emocionado, lutou contra as lágrimas durante a solenidade. Mourão não esteve presente devido a sua ida à Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul que acontece nesta terça-feira, 6, em Montevidéu, no Uruguai.

Os encontros com militares ocorrem em meio a várias manifestações de bolsonaristas pelo país, que estão acampados em frente a unidades das Forças Armadas para pedir uma intervenção contra a vitória de Lula — inclusive na capital federal. Até o momento, no entanto, Bolsonaro não fez nenhum tipo de aceno aos apelos golpistas dos atos.

Quem tem dialogado mais diretamente com os manifestantes é Braga Netto — que talvez por não ocupar mais nenhum cargo oficial no governo sinta-se mais à vontade para falar o que pensa. Há cerca de duas semanas, o general conversou com bolsonaristas acampados em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. Ao ouvir apelos de que haja ao menos uma sinalização do governo às mobilizações, pediu que não percam “a fé”. Nos bastidores, também é Braga Netto quem insufla militares a se posicionarem contra as urnas eletrônicas e contra o bloqueio judicial de redes sociais bolsonaristas.

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