Sumido do cenário político desde que teve seu pior resultado em uma eleição presidencial, um quarto lugar na disputa de 2022, com 3% dos votos, o ex-ministro Ciro Gomes segue como vice-presidente do PDT, partido que integra a base aliada do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – e, como tal, recebe salários do partido. Segundo a prestação de contas do PDT à Justiça Eleitoral, Ciro recebeu entre janeiro e maio 117.240,50 reais em remuneração, a título de “despesas com pessoal”. O salário do pedetista é de 23.448,10 reais mensais, que, se projetado até agosto, soma um total de 187.584,80 reais.
Desde que perdeu sua quarta eleição à Presidência, Ciro submergiu, embora volta e meia apareça em algum evento desancando o governo Lula – que o seu partido integra por meio do Ministério da Previdência, comandado por Carlos Lupi, cacique do PDT. Ciro Gomes recentemente também protagonizou uma disputa com seu irmão, o senador Cid Gomes (PDT-CE), com quem está rompido, em torno de uma aproximação do PDT com o PT no Ceará. Em uma das reuniões do partido, Cid chegou a dizer que abriria mão da vaga de candidato ao Senado em 2026 pelo irmão, para que Ciro pudesse ter um plano de saúde e pagar suas dívidas.
Enquanto segue recebendo salários do PDT, Ciro Gomes abriu uma outra frente de arrecadação. No mês passado, o ex-ministro lançou a newsletter “O Brasil Desvendado”, com suas análises políticas e econômicas. As assinaturas custam 20 reais mensais.