Cumprindo uma medida de segurança — sanção penal aplicada a um réu considerado inimputável — na penitenciária federal de Campo Grande (MS), o autor da facada em Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha presidencial de 2018, Adélio Bispo, está prestes a ser submetido a uma reavaliação de seu quadro clínico, o que, em tese, pode livrá-lo da internação. A nova avaliação será feita por uma junta médica composta de psiquiatras indicados pela defesa e pela Vara Federal em Campo Grande que acompanha o caso.

Neste mês de junho, terminou o prazo de três anos estipulado pela Justiça para a reavaliação, que vai determinar se Adélio deve continuar internado ou se pode progredir para uma medida menos gravosa, como um tratamento ambulatorial. Na edição da revista VEJA desta semana, foram reveladas cartas que Adélio escreveu no segundo semestre de 2021 de dentro da penitenciária — na qual ele permanece desde 2018 por falta de vaga em uma instituição psiquiátrica adequada para recebê-lo em Minas Gerais, local do atentado e onde ele tem familiares.

A possibilidade de saída da penitenciária de segurança máxima é vista com descrença por pessoas que acompanham o processo. O próprio curador de Adélio, o advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que foi responsável por sua defesa no processo da facada, não vê condições para sua soltura neste momento. “Para mim, ele tem de ficar onde está”, diz o advogado. Na visão dele, o ambiente de polarização política, às vésperas de uma nova eleição presidencial, pode ser prejudicial para a segurança e a saúde de Adélio caso ele seja solto.

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