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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Por que o bolsonarismo comemora o desfecho do caso Marielle Franco

Segundo apoiadores do ex-presidente, investigações não apontaram indícios de envolvimento da família Bolsonaro no assassinato da vereadora

Por Da Redação Atualizado em 25 mar 2024, 14h45 - Publicado em 25 mar 2024, 12h25

Enquanto a esquerda celebra os recentes avanços da Justiça no caso Marielle Franco, o outro lado do espectro ideológico da política nacional também vê motivos para comemoração nos últimos desdobramentos do inquérito que investiga o assassinato da então vereadora, em 2018: o bolsonarismo. Para aliados de Jair Bolsonaro (PL), à medida que as investigações da Polícia Federal se aproximam de um desfecho, fica mais claro que o ex-presidente e seus familiares não têm envolvimento direto com o assassinato da parlamentar do PSOL.

No último domingo, 24, a PF prendeu preventivamente três suspeitos de encomendar a morte de Marielle: o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Rivaldo Barbosa; o deputado federal Chiquinho Brazão (que era do União-RJ, mas foi expulso pelo partido); e o irmão de Chiquinho, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do estado fluminense (TCE-RJ).

Segundo bolsonaristas, nenhum deles tem ligação explícita com a família Bolsonaro, o que derrubaria a tese de que o ex-presidente estaria entre os mandantes do crime. “Para a frustração de algumas pessoas, o que era óbvio está ainda mais claro: Bolsonaro não tem qualquer relação com o caso”, publicou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em seu perfil no X (antigo Twitter). O discurso foi repercutido nas redes sociais por parlamentares como os deputados federais Carlos Jordy (PL-RJ), Carla Zambelli (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF).

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Aposta na confusão

Um dos elementos que mais geram munição para bolsonaristas é o fato de que Domingos Brazão fez campanha no Rio de Janeiro pela reeleição da petista Dilma Rousseff — na época, ele atuava como deputado estadual pelo MDB na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A foto dele com uma camiseta de apoio a Dilma está sendo largamente compartilhada pelos bolsonaristas nas redes sociais.

O ex-deputado federal Eduardo Cunha (MDB-RJ) e o ex-deputado estadual Domingos Brazão (MDB-RJ) manifestando apoio à campanha de reeleição de Dilma Rousseff (PT), em 2014
O ex-deputado federal Eduardo Cunha (MDB-RJ) e o ex-deputado estadual Domingos Brazão (MDB-RJ) manifestando apoio à campanha de reeleição de Dilma Rousseff (PT), em 2014 (Redes sociais/Reprodução)

O que o bolsonarismo não mostra, óbvio, é que Chiquinho Brazão, irmão de Domingos, foi ativamente apoiador de Bolsonaro contra Lula nas últimas eleições presidenciais, em 2022. Nas redes sociais, usuários de esquerda resgataram imagens do deputado discursando em eventos de campanha ao lado de Flávio Bolsonaro, ambos disputando a reeleição ao Congresso.

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ) durante evento de apoio a Jair Bolsonaro (PL), em 2022
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ) durante evento de apoio a Jair Bolsonaro (PL), em 2022 (Redes sociais/Reprodução)

Federalização das investigações

Outro ponto que favorece a narrativa bolsonarista está relacionado ao pedido de federalização do caso Marielle. Em 2019, primeiro ano do governo Jair Bolsonaro, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, solicitou que a Justiça Federal assumisse o inquérito, sob argumento de que autoridades estaduais fluminenses poderiam interferir nas investigações.

Na época em que Dodge enviou a demanda ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), familiares de Marielle publicaram uma nota contrária à federalização do caso, na qual defendiam os esforços do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e exigiam que o ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Sergio Moro (hoje senador pelo União Brasil), se mantivesse afastado das investigações.

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Junto à família da vereadora, quem assinou a manifestação foi o deputado federal Marcelo Freixo, atual presidente da Embratur no governo Lula. Enquanto deputado estadual pelo PSOL, em 2008, Freixo comandou a CPI das Milícias na Alerj e tornou-se aliado próximo de Marielle no combate aos grupos milicianos no Rio de Janeiro.

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