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A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho e Isabella Alonso Panho. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Pablo Marçal: ‘Eu sou de direita e conservador. Sou marçalista’

Pré-candidato do PRTB a prefeito de São Paulo minimiza o fato de ter mais de 100 processos e diz que vai crescer ainda mais nas pesquisas

Por Isabella Alonso Panho 29 jun 2024, 18h25

O sucesso meteórico do coach Pablo Marçal, recém-ingressado na disputa pela prefeitura de São Paulo pelo PRTB, é uma história que ele usa para inspirar seus milhões de simpatizantes. Filho de uma empregada doméstica e um funcionário público, o goiano de 37 anos deixou o emprego de call center para se dedicar a cursos e mentorias. Hoje, tem mais de 11 milhões de seguidores no Instagram e 3,5 milhões no YouTube, plataformas que ele usa para vender ensinamentos sobre como ter uma vida mais próspera e enriquecer usando a internet.

A sua trajetória, no entanto, é recheada de polêmicas, como mostra reportagem de VEJA na edição desta semana. O episódio que o deixou mais conhecido em rede nacional foi a liderança de uma excursão ao Pico dos Marins, montanha da Serra da Mantiqueira paulista cuja escalada é difícil até para os profissionais da área. O episódio, em janeiro de 2022, terminou com o resgate de Marçal e mais 32 pupilos por meio de complexa operação do Corpo de Bombeiros que durou cerca de nove horas, em meio ao frio, chuva e neblina.

Mas esse não é o único capítulo controverso na história do coach. Há um ano, Bruno da Silva Teixeira, de 26 anos, morreu durante uma “maratona surpresa” que aconteceu em uma das empresas do ecossistema do coach. O caso virou um inquérito que está no 2º Distrito Policial do Barueri. O Instituto Médico Legal concluiu que o jovem morreu de infarto agudo do miocárdio.

arte Pablo M.
(./.)

Em menos de um mês na corrida pela prefeitura de São Paulo, Marçal dobrou as intenções de voto, de acordo com o levantamento do instituto Paraná Pesquisas, chegando a 10%. A presença dele na disputa pode quebrar o antagonismo entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), que lideram a disputa tecnicamente empatado entre eles.

arte Pablo Marçal
(./.)

Apesar do apoio dado a Bolsonaro em 2022, o coach afirma que é um “marçalista”. Em entrevista a VEJA, Marçal prometeu chegar à votação que Bruno Covas fez em 2020 para vencer a disputa paulistana (cerca de 3 milhões de votos) e falou sobre as principais polêmicas na sua trajetória.

O senhor pode subir nas pesquisas eleitorais? Eu vou crescer mais duas vezes e meia até dia 6 de outubro (primeiro turno da eleição) e vamos alcançar 3 milhões de votos.

O senhor continua se considerando bolsonarista, mesmo com o apoio de Bolsonaro ao prefeito Ricardo Nunes? Eu sou de direita. Sou “marçalista”. Contra o Lula você apoia qualquer um (sobre o apoio a Bolsonaro em 2022). Eu sou de direita e conservador.

Como explica ter mais de 100 processos em seu nome e de suas empresas? A maioria desses processos nas empresas são de natureza consumerista e que é de fato algo bem comum para empresas multibilionárias. Inclusive, pelo nosso número de clientes, está relativamente baixo. Com relação à minha pessoa física, entre esses processos constam muitas ações oportunistas, versando sobre afirmação feita em programa de entretenimento e visando um enriquecimento ilícito. De toda forma, a quantidade de processos judiciais não é um obstáculo para a pré-campanha, mas sim uma oportunidade para o pré-candidato demonstrar sua capacidade de gerenciar situações complexas e sua postura ética e transparente diante dos desafios legais.

Há 21 por causa da promessa que fez de pagar  um milhão de dólares a quem encontrasse registros de que “processou alguém por conta de qualquer coisa”. Muita gente achou. O senhor pretende pagar esses pedidos? Não vou pagar porque não devo. Deixei claras as condições, inclusive gravei outro vídeo sobre isso no mesmo veículo. As pessoas que estão entrando com as ações vão perder.

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Por que virou réu em 2005, em Goiânia, por formação de quadrilha e furto qualificado? O processo (sobre a falsificação de boletos para aplicação de golpes) correu à minha revelia. Não tinha condições financeiras de pagar advogado. Trabalhei para o pastor da igreja que eu frequentava, consertando computador para ele, e sobrou para mim.

O senhor teme a investigação da PF por suspeitas envolvendo doações para suas candidaturas a presidente e deputado em 2022? Doei e usei meu próprio dinheiro. Não utilizei verba pública. Isso é perseguição política por eu ter apoiado o Bolsonaro. Fui usar aeronaves, aluguei as minhas. Fui usar carro blindado, aluguei minha frota.

O senhor fundou quinze empresas desde 2018, dez no mesmo endereço, em Barueri. Qual o motivo? Por incentivos fiscais que recebo. O prédio que aloca as empresas é grande. Mais sobre isso teria que perguntar a meu advogado tributário. Imagine que vou saber esse tanto de coisa.

O senhor tem algum arrependimento por ter levado 32 pessoass ao Pico dos Marins em 2022? Não levei alunos. Fui o último a subir e não liderei a expedição. A maioria ali eram meus sócios ou amigos. Eles não pagaram nada para irem até lá.

Há um ano, um funcionário seu morreu durante uma maratona surpresa em um evento ligado a uma empresa sua. O senhor sente que teve alguma responsabilidade?  Não faço parte do quadro societário daquela companhia. Ele não era colaborador de nenhuma empresa minha, não estou no quadro de sócios. Era um treino. A empresa apenas opera no nosso ecossistema. 

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