Os planos A e B do bolsonarismo para a eleição de 2024 em SP
Ainda há muitas dúvidas a respeito do potencial do prefeito Ricardo Nunes para conquistar a reeleição
Vem tomando corpo no PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, a ideia da construção de uma candidatura alternativa à do prefeito Ricardo Nunes (MDB), caso ele não decole nas pesquisas para o pleito municipal do próximo ano. Nunes é apoiado pelo PL, que deve indicar o vice da chapa. Nos últimos dias, no entanto, dirigentes da sigla, incluindo o presidente Valdemar Costa Neto, começaram a esboçar o que seria o Plano B.
Para evitar atritos a um ano do início da campanha, a legenda vai aumentar discretamente a exposição pública de Marcos Pontes, que se elegeu ao senado pelo PL em São Paulo. Conhecido por ter sido o primeiro astronauta brasileiro a integrar uma missão espacial, ele entrou para a órbita da política pelas mãos de Jair Bolsonaro, ocupando o ministério da Ciência e Tecnologia durante a presidência do capitão.
Embalado pelo bolsonarismo, venceu na sequência a eleição para o senado paulista, derrotando oponentes como o ex-governador Márcio França. Dentro da avaliação do PL, Pontes pode surpreender novamente caso concorra à prefeitura de São Paulo. O impulso bolsonarista seria suficiente para colocá-lo com dois dígitos de intenções de votos assim que seu nome começar a aparecer nas sondagens eleitorais.
A despeito dessa alternativa, Nunes segue sendo o plano A do PL em São Paulo, sendo que o prefeito tem como um dos principais trunfos o caixa municipal cheio para investir em obras. Um dos apoios mais importantes dele é o do ex-secretário de comunicação da presidência Fabio Wajngarten. O profissional, que não é filiado a nenhum partido e nunca disputou uma eleição, faz hoje uma dobradinha com o marqueteiro Duda Lima no sentido de trabalhar e melhorar a imagem e a comunicação do prefeito e sua equipe. Wajngarten passou a ser um conselheiro tão influente que passou a ser cogitado como possível vice de Nunes. Além da experiência em política e em comunicação, ele tem como trunfo a íntima relação com Bolsonaro, que segue forte mesmo depois do término da gestão federal.
Na avaliação geral do PL, um nome ligado à direita precisa chegar ao segundo turno das eleições paulistanas, de forma a tentar desbancar o atual favorito nas pesquisas, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), apoiado pelo PT.