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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Os laços de Milton Ribeiro com Jair Bolsonaro

Com aliado preso pela PF, presidente tenta se distanciar, mas já disse até que colocaria a ‘cara no fogo’ por ele

Por Redação
23 jun 2022, 11h53

Visto como ministro “decorativo” e pouco ativo enquanto ocupou o Ministério da Educação, entre julho de 2020 e março de 2022, o discreto Milton Ribeiro ganhou destaque quando foi revelada a atuação de um gabinete paralelo na pasta, formado por dois pastores-lobistas que mercadejavam a liberação de recursos a prefeituras. Quando eclodiram as suspeitas, que levaram Ribeiro à prisão nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro e seu círculo mais próximo e familiar deram de ombros sobre as acusações e dobraram a aposta na honestidade do ministro, pastor presbiteriano. Com Ribeiro detido pela PF sob suspeita de corrupção passiva, tráfico de influência prevaricação e advocacia administrativa, Bolsonaro tenta se distanciar e blindar sua campanha à reeleição, mas a proximidade com o aliado tóxico é inegável.

Veja abaixo algumas das evidências:

Credencial evangélica e padrinhos fortes

A nomeação de Milton Ribeiro ao cargo, em julho de 2020, foi impulsionada por seu trânsito no meio evangélico, um dos bastiões do apoio ao presidente Bolsonaro. O nome dele teve os apoios decisivos de dois dos nomes mais próximos e influentes junto ao capitão àquela altura: o então ministro da Justiça, André Mendonça, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) “terrivelmente evangélico”, que é pastor presbiteriano assim como Ribeiro, e do então ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, atualmente ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).

 

‘Boto minha cara no fogo por ele’

Em março, depois de vir a público a existência do gabinete paralelo com pastores-lobistas no Ministério da Educação sob Milton Ribeiro e o Supremo Tribunal Federal (STF) abrir um inquérito para investigá-lo, o presidente Jair Bolsonaro não só manteve o auxiliar no cargo como deu uma manifestação inequívoca – e perigosamente exagerada – de confiança nele. Em uma de suas lives nas redes sociais, Bolsonaro disse que colocaria a “cara no fogo” por Ribeiro. “O Milton, eu boto minha cara no fogo por ele. Estão fazendo uma covardia. A Polícia Federal, ontem eu pedi para abrir o procedimento para investigar o caso também”.

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‘Pedido especial’ de Bolsonaro

Em um áudio divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo, que acentuou a crise no MEC, Milton Ribeiro disse que “foi um pedido especial” de Bolsonaro o fato de o governo priorizar repasses do Ministério da Educação a prefeituras ligadas ao pastor Gilmar Santos, que atuava intermediando acesso a verbas da pasta, mesmo sem ocupar cargo público. “Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, disse. Em depoimento à PF, Ribeiro confirmou o pedido de Bolsonaro para que recebesse o pastor, mas negou que tenha havido qualquer favorecimento.

 

Defendido por Michelle e Flávio

Diante do escândalo dos pastores-lobistas do MEC, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que é evangélica, saiu em defesa do ministro da Educação na berlinda. “Deus sabe de todas as coisas e vai provar que ele é uma pessoa honesta, e justa, e fiel e leal”, disse a mulher do presidente. O filho mais velho de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), foi além e defendeu que Ribeiro continuasse na equipe de governo em um eventual segundo mandato. “Na minha opinião, deve ser o ministro da Educação num segundo mandato de Bolsonaro”, advogou Flávio, para quem o ex-ministro preso fazia um “trabalho fenomenal na educação”.

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