Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Maquiavel Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

O que Maduro pode fazer após vitória em plebiscito sobre a Guiana

Presidente da Venezuela tem usado o resultado favorável da votação para fortalecer a sua posição antes de disputa eleitoral em 2024

Por Da Redação 5 dez 2023, 12h48

No último domingo, 3, o eleitor da Venezuela foi às urnas para decidir, em cinco perguntas, se dava ou não aval à pretensão de seu presidente, Nicolás Maduro, de anexar mais de 60% do território da Guiana, o seu pequeno vizinho de 804.000 habitantes, menos da metade da população de Caracas. A região de Essequiba é rica em petróleo, hoje a principal mola propulsora do impressionante crescimento econômico guianense.

O resultado anunciado do pleito foi de apoio de 96% dos venezuelanos às pretensões de Maduro, embora a Comissão Eleitoral Nacional não tivesse divulgado até agora números confiáveis sobre qual foi afinal a participação total do eleitorado.

Obtido o apoio que queria, o que fará agora Maduro? Para especialistas, o movimento do presidente venezuelano está mais voltado a atrair o público interno para a sua reeleição do que a promover um conflito armado que pode levá-lo a bater de frente com interesses de potências como Estados Unidos, Reino Unido e França e aliados estratégicos, como o Brasil.

“Se Maduro está pretendendo entrar em conflito, é um erro estratégico grosseiro, mas se ele está de olho na eleição, sai na frente da oposição ao exaltar o nacionalismo venezuelano”, avalia o professor Moisés Marques, do curso de pós-graduação em Política e Relações Internacionais da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp).

Maduro falou em ‘paz’ e ‘consensos’

E, de fato, parece que essa será, por ora, o único uso do plebiscito. Desde domingo, Maduro participou de várias solenidades públicas, inclusive uma com a Comissão Eleitoral Nacional, na qual foi notificado sobre o resultado e em nenhuma delas falou em avanço militar sobre o país vizinho.

Continua após a publicidade

Pelo contrário, falou em paz. “A Venezuela tem transitado por mares com tempestades e ameaças, mas juntos temos aprendido a navegar em meio a elas, levantando-nos e abrindo caminho para a paz e o bem-estar”, afirmou na cerimônia.

E completou: “Esse referendo consultivo colocou o povo venezuelano de pé, defendendo o que nossos libertadores e libertadoras nos deixaram. Além disso, uniu todo o país. Temos alçado nossa voz para a resolução dessa controvérsia. E temos cumprido, o referendo se fez!”.

Nesta terça-feira, voltou a falar do assunto – e deu novo sinalizou para uma saída negociada. “Temos como grande tarefa continuar percorrendo caminhos de encontros e consensos, sempre em conjunto com o povo, com planeamento e organização para a convivência saudável, a defesa integral, a estabilidade, a recuperação econômica e a harmonização das políticas públicas em benefício da nação”, postou.

Continua após a publicidade

Além do uso eleitoral, o referendo deve ser usado por Maduro para tentar resolver o imbróglio legal internacional que o país acredita que ainda paira sobre a região. A posse de Essequiba foi concedida em 1899 à Guiana, à época uma colônia inglesa, por meio de arbitragem feita pelos Estados Unidos. A Venezuela questiona desde então a decisão e, em 1966, chegou a firmar um acordo com a Inglaterra, que reconhecia como nulo o Laudo Arbitral. Naquele mesmo ano, no entanto, a Guiana conquistou a independência, o que na prática manteve o acordo em suspenso até hoje.

Guiana
(./.)

Desde então, a Venezuela considera o caso em aberto, à espera de uma solução. O problema para Maduro é que ele tem pouco trânsito e apoio nos organismos internacionais. A saída negociada via órgãos multilaterais, também é a principal saída sugerida pelo governo Lula ao seu aliado.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.