De saída do União Brasil e depois de um desacerto que impediu sua ida ao PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab, o apresentador José Luiz Datena, da TV Bandeirantes, pode ter em breve mais um capítulo de suas idas e vindas partidárias. Ele estuda uma nova proposta para abrigar sua candidatura ao Senado em São Paulo e tem mantido conversas com o Republicanos, sigla ligada à Igreja Universal e à RecordTV, que lhe fez o convite por meio de seu presidente, o deputado federal Marcos Pereira.
O Republicanos está na base aliada do governo de João Doria (PSDB) e negocia uma aliança com Rodrigo Garcia, vice-governador que disputará o governo paulista e assumirá o Palácio dos Bandeirantes em abril, quando Doria renunciará para concorrer à Presidência da República. O partido ainda não definiu um rumo na eleição presidencial e tem se distanciado do presidente Jair Bolsonaro – um dos ministros do governo, João Roma, da pasta da Cidadania, é filiado ao Republicanos.
Datena, que não esconde ter resistências a boa parte dos candidatos ao Planalto, incluindo Doria, deve se reunir com Garcia nesta semana, antes de uma viagem que fará a Portugal. As tratativas do apresentador com o partido incluem a possibilidade de lançá-lo ao Senado em uma chapa avulsa, caso não haja acordo com os tucanos em São Paulo. Outro destino estudado por Datena é o MDB, ao qual já foi filiado entre 2020 e 2021.
A Bandeirantes tem resistido às pretensões do apresentador de enfim entrar na política nas próximas eleições. Datena já ensaiou sair candidato em 2018 e 2020, mas desistiu. O jornalista tem um passado conturbado com a Record – em 2011, ele deixou a emissora dos bispos da Universal após pouco mais de um mês no ar e teve de pagar uma multa de 10 milhões de dólares. O caso não tem impactado o diálogo com o Republicanos.